ESTUDO

Exposição ao BPA, produto químico de plásticos, pode aumentar o risco de diabetes

Em 2011, a Anvisa proibiu a importação e fabricação de mamadeiras produzidas com o BPA no território brasileiro

BPA está presente em garrafões de plástico de água - Freepik

A exposição repetida a um produto químico presente em plásticos feitos com Bisfenol A (BPA) pode aumentar o risco de diabetes, de acordo com um novo estudo apresentado na reunião anual da Associação Americana de Diabetes.

O composto está presente na embalagem de garrafões de 20 litros de água, em vernizes presentes nos revestimentos de embalagens metálicas de alimentos e em outras embalagens e utensílios comumente utilizados.

Para a pesquisa, equipe reuniu 40 jovens adultos saudáveis e designou aleatoriamente metade deles para tomar BPA oral no nível recomendado pela Food and Drug Administration (FDA) por quatro dias, ou um placebo (chamado de grupo de controle).

Como resultado, aqueles que receberam o BPA tiveram uma diminuição significativa na sensibilidade à insulina em comparação com o grupo controle.

"Ficamos surpresos ao ver que reduzir a exposição ao BPA, como usar garrafas de aço inoxidável ou vidro e latas sem BPA, pode diminuir o risco de diabetes", disse o pesquisador Todd Hagobian, chefe de cinesiologia e saúde pública na Universidade Estadual Politécnica da Califórnia.

Para o estudo, os pesquisadores testaram diretamente a “dose segura” do Bisfenol A estabelecida pela Food and Drug Administration dos EUA, que é de 50 microgramas para cada quilograma de peso corporal.

Durante décadas, houve preocupações sobre os efeitos do BPA nos seres humanos.

Em 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a importação e fabricação de mamadeiras produzidas com o BPA no território brasileiro. E, no ano seguinte, a Food and Drug Administration (FDA) prosseguiu com a mesma decisão, devido aos possíveis riscos à saúde ao desenvolvimento infantil.

“Estes resultados sugerem que talvez a dose segura da EPA dos EUA deva ser reconsiderada e que os prestadores de cuidados de saúde possam sugerir estas alterações aos pacientes”, disse Hagobian.

Por outro lado, a pesquisa é considerada preliminar até ser publicada em um periódico revisado por pares.