França

Mulher com deficiência processa empresa que a pagou salário por 20 anos sem trabalhar; entenda

Francesa tinha apresentado uma queixa em 2015 para retornar ao seu trabalho, mas não teve sucesso

Mulher trabalhou por vinte anos como assistente de recursos humanos e durante esse tempo recebeu salário integral enquanto ficava em casa sem atividade laboral - Pixabay

A francesa Laurence Van Wassenhove processou a empresa de telecomunicações Orange (anteriormente Telecom France) alegando que ela foi isolada, sem integração profissional e social dentro da companhia.

A mulher trabalhou por vinte anos como assistente de recursos humanos e durante esse tempo recebeu salário integral enquanto ficava em casa sem atividade laboral, conforme relatado pelo 'The Economic Times'.

Laurence, que sofre de paralisia facial e epilepsia, foi contratada em 1993. Na época, a empresa de telecomunicações providenciou um ambiente adequado para sua condição e cargo, permitindo que realizasse suas tarefas de trabalho.

Em 2002, ela solicitou uma transferência para outra região da França, que foi aprovada, mas lá começou seu descontentamento com a empresa, pois o local de trabalho naquela sede não conseguia atender às suas necessidades.

Por esse motivo, a Orange deixou de lhe atribuir tarefas laborais por vinte anos. Como as instalações não podiam proporcionar um ambiente de trabalho adequado, a empresa decidiu oferecer-lhe uma aposentadoria por invalidez, conforme reportado pelo jornal 'The Sun'.

Por que ela decidiu processar a empresa?
Não era apenas uma questão do tempo que passou sem poder exercer sua profissão, mas esse isolamento social e profissional lhe causou mais problemas de bem-estar, resultando em depressão, segundo seu advogado David Nabet-Martin relatou ao veículo local 'La Dépêche'.

"Para uma pessoa com deficiência, trabalhar significa ter um lugar na sociedade. Reconhecimento. São estabelecidas conexões sociais", explicou o encarregado de defender Laurence.

É importante destacar que em 2015 ela denunciou ao governo e à Alta Autoridade de Luta contra a Discriminação os atos de isolamento da Orange, mas não houve grande cooperação com o representante da empresa.

No veículo mencionado anteriormente, a empresa afirmou ter feito tudo ao seu alcance para que ela pudesse trabalhar nas melhores condições, levando em consideração sua "situação social e pessoal".

Além disso, foi sugerido que ela retomasse suas atividades laborais "em um cargo adaptado", mas isso nunca ocorreu porque, na época, Laurence adoecia regularmente.