TENTATIVA DE GOLPE

Invasão militar em palácio presidencial na Bolívia revive histórico de instabilidade do país

Antecessor de Arce, Morales renunciou ao cargo em novembro de 2019 alegando um golpe

Movimentação acontece nesta quarta-feira (26) - Aizar Raldes/AFP

O presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou nesta quarta-feira que estão ocorrendo “mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército” do país. O ex-presidente Evo Morales (2006-2019) foi mais direto e declarou que “um golpe de Estado está se formando” – e apontou como responsável o chefe das Forças Armadas, Juan José Zúñiga, destituído do cargo nesta terça-feira após advertir que não permitiria um novo governo de Morales. A crise recente ocorre em meio a um histórico de instabilidade política no país.

Antecessor de Arce, Morales renunciou ao cargo em novembro de 2019 alegando um golpe. Na época, o então presidente era pressionado por militares, e o anúncio de que ele deixaria o posto ocorreu depois de três semanas de protestos da oposição que culminaram com motins policiais e perda de apoio das Forças Armadas.

Em pronunciamento na televisão, ele negou rumores de que fugiria do país – e afirmou, após a Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgar que as eleições de outubro daquele ano haviam sido fraudadas, que convocaria novas eleições.

No dia seguinte à renúncia, porém, Evo viajou para o México. Depois, ficou refugiado na Argentina por quase um ano, com aval do então presidente Alberto Fernández. O ex-presidente só voltou ao país quase um ano depois, por meio da fronteira da Argentina, logo após a posse de Arce como presidente.