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"Disclosure": entenda o nome da operação da PF que mira ex-executivos das Americanas

Entre os alvos da operação Disclosure, o ex-CEO Miguel Gutierrez, que vive em Madri, na Espanha, há pelo menos um ano

Miguel Gutierrez em rara aparição em transmissão on-line na época em que era o líder da Americanas - Reprodução

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (27), uma operação contra os ex-diretores da Americanas, acusados de fraudes contábeis que, conforme divulgado pela própria empresa, chegam ao montante de R$ 25,3 bilhões.

A Operação Disclosure, em parceira com o Ministério Público Federal, levou cerca de 80 policiais federais para as ruas do Rio de Janeiro.

A "Disclosure", expressão utilizada pela Polícia Federal para designar a operação, é um termo do mercado de capitais referente ao fornecimento de informações para todos os interessados na situação de uma companhia e tem relação com a necessidade de transparência das empresas de capital aberto.

Segundo as investigações, que contam com a colaboração da atual diretoria da empresa, os ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste numa operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos. A investigação contou com o apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários - CVM.

Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.

A Justiça Federal determinou o sequestro de bens e valores desses ex-diretores que somam mais de meio bilhão de reais. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Segundo o colunista Lauro Jardim, está entre os alvos o ex-CEO Miguel Gutierrez, que vive em Madri, na Espanha, há pelo menos um ano.

Gutierrez tem cidadania espanhola e saiu do país pelo temor de ser preso. Um dos endereços visitados pela PF é a Avenida Delfim Moreira, no Leblon, bairro onde Gutierrez morava.

De acordo com a Polícia Federal, a investigação também revelou ainda fortes indícios da prática do crime de manipulação de mercado,quando acontece o uso de informação privilegiada, também conhecido como "insider trading”, associação Criminosa e lavagem de dinheiro.

Caso sejam condenados, poderão cumprir pena de até 26 anos de reclusão.