Ministro das Relações Exteriores diz que e que tentativa de golpe na Bolívia é 'inaceitável'
Ministro da Alexandre Padilha também falou sobre tentativa de golpe e afirmou que diplomacia brasileira teve postura "firme" frente ao episódio
O ministro das Relações Exteriores , Mauro Vieira, afirmou, nesta quinta-feira (27), que a 'democracia é um valor fundamental' e que tentativa de golpe na Bolívia é 'inaceitável'.
O presidente do país, Luis Arce, nomeou um novo comando militar horas depois denunciar "mobilizações irregulares" de militares em frente ao Palácio Quemado, a sede presidencial em La Paz, na Praça Murillo.
— A democracia é um valor fundamental para o Brasil como reafirmamos ontem ao rechaçar a inaceitável tentativa de golpe de Estado na Bolívia — afirmou Mauro Vieira durante reunião do Conselhão, no Palácio do Itamaraty.
O ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, agradeceu a postura "firme" da diplomacia brasileira frente ao episódio e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Mauro Vieira tiveram "posição decisiva" para apoiar as forças democráticas.
— Agradecer a postura firme da diplomacia brasileira e do presidente Lula no fato recente de ontem onde mais uma vez a democracia na América Latina esteve em risco e a posição do presidente Lula e do ministro Mauro Vieira foi decisiva para apoiar as forças democráticas na Bolívia. Dizer que não aceitamos mais ditaduras e golpes na América Latina.
Em nota, o governo brasileiro condenou na quarta-feira, "nos mais firmes termos", a tentativa de golpe de Estado em curso na Bolívia. O cenário envolve mobilização irregular de tropas do Exército, "em clara ameaça ao Estado democrático de Direito no país".
No comunicado divulgado pelo Itamaraty, o governo brasileiro manifesta seu apoio e solidariedade ao presidente Luis Arce. A nota destaca que há interlução permanente com as autoridades "legítimas" bolivianas e com os governos dos demais países da América do Sul. A ideia é rechaçar o que é considerado uma "grave violação da ordem constitucional" no país vizinho.
"Esses fatos são incompatíveis com os compromissos da Bolívia perante o Mercosul sob a égide do Protocolo de Ushuaia", diz a nota, referindo-se à possibilidade de o país ser punido por violar a ordem democrática.
A situação política na Bolívia pode interferir na agenda de viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de participar da reunião de presidentes do Mercosul, no dia 8 de julho, a previsão é que Lula vá àquele país, para um encontro com o presidente Luís Arce.
Os bolivianos estão a um passo de se tornarem membros plenos do Mercosul. Seu ingresso no bloco foi aprovado, no fim do ano passado, pelo Senado brasileiro. Porém, o país pode ser suspenso por violação da democracia.
Pelas redes sociais, Lula também declarou apoio a Arce. "A posição do Brasil é clara. Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão, presidido por @LuchoXBolivia (Luis Arce)", diz o presidente brasileiro.