Marina Abramović quer manter o Festival de Glastonbury em silêncio por sete minutos
Artista sérvia, Marina vai apresentar "intervenção" nesta sexta-feira (28) para que público presente no festival reflita sobre o estado atual do mundo
Marina Abramović admite que está "apavorada". A artista sérvia, conhecida por suas performances ousadas, vai enfrentar nesta sexta-feira o maior público de sua vida com um pedido inusitado: sete minutos de silêncio do Festival de Glastonbury. Abramovic vai subir ao Pyramid Stage, o palco principal do célebre festival inglês, logo antes do show de PJ Harvey, às 17h55 no horário local (13h55, no horário de Brasília).
“Não conheço nenhum artista visual que tenha feito algo assim diante de 175 mil a 200 mil pessoas", dissse a artista ao "Guardian". "O maior público que já tive foi de 6 mil pessoas em um estádio e pensei ‘uau’, mas isso está realmente além de tudo que já fiz.”
Abramović classificou como uma “intervenção pública”, e não uma performance, o evento Sete Minutos de Silêncio Coletivo.
A artista sérvia afirma que a iniciativa tem como objetivo fazer as pessoas se voltarem a si mesmas e refletirem sobre o estado atual do mundo.
“Estamos realmente enfrentando um momento sombrio na história da humanidade. Então, o que pode ser feito? Sempre penso que o protesto traz mais protesto; o ódio traz mais ódio. Acho que é importante voltar-se para si mesmo. É fácil criticar todo o resto, mas o que posso fazer por mim mesmo, como posso mudar?”, disse ela ao "Guardian".
Além de PJ Harvey, o palco Pyramid também recebe nesta sexta-feira shows de LCD Soundsystem e Dua Lipa, entre outros. Nos palcos secundários, se apresentam Idles, Bombay Bicycle Club, Jamie XX, The Vaccines, King Krule, Aurora e dezenas de outros artistas.
O festival segue no sábado e no domingo com atrações como Coldplay, Cindy Lauper, SZA, The National e Avril Lavigne. Em meio a todo esse burburinho, Abramović admite que pedir silêncio é uma iniciativa arriscada.
“É um risco grande, por isso estou apavorada. Pode simplesmente não funcionar, ou as pessoas só ficarem sentadas. Não sei, mas quero correr o risco. Falhar também é importante, você aprende tanto com o fracasso quanto com o sucesso”, disse ela.