Lula diz que não precisa ler Marx ou ser Lenin e Fidel Castro para revolucionar o Brasil
Presidente disse que a Constituição Federal é suficiente
O presidente Lula (PT) afirmou, nesta sexta-feira (28), que a Constituição Federal é tudo que um governante precisa no Brasil para revolucionar o país. O chefe do Executivo citou o filósofo Karl Marx e o ex-líder da União Soviética Lenin como pensadores rotineiramente apresentados pelo seu campo democrático.
— Se a gente quiser fazer uma revolução nesse país, a gente não tem que ler nenhum livro de Marx, ser leninista ou ser Fidel. Leia a Constituição brasileira e vamos regulamentar todos os direitos que estão lá — afirmou o presidente em evento em Belo Horizonte, nesta manhã.
Antes de falar, o presidente concedeu a palavra para sua mulher, a primeira-dama Janja, para que ela explicasse o site Comunica Brasil, plataforma da Secom que tem como objetivo facilitar o acesso a dados de programas do Governo Federal.
— Muito obrigada, companheiro Lula. É um prazer estar em Minas Gerais. Hoje já tomei meu cafézinho, meu pão de queijo. Me sinto revitalizada — disse Janja;
A solenidade desta sexta-feira marca o anúncio de recursos federais para as áreas de energia e educação. São medidas como a assinatura do decreto do programa Luz para Todos integrado ao Minha Casa, Minha Vida, e o anúncio de dois institutos federais no estado.
Além de Lula, estavam presentes o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), o da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB), o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, a primeira-dama Janja, e os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), Margareth Menezes (Cultura) e Camilo Santana (Educação), Jader Filho (Cidades), Renan Filho (Transportes).
Críticas a Bolsonaro
Todos os titulares das pastas discursaram, fazendo uma espécie de prestação de contas dos investimentos e programas federais atuantes no estado. Primeira a falar, Margareth Menezes criticou Jair Bolsonaro (PL), sem citá-lo nominalmente.
— Eu como artista sei o que a gente passou no governo passado e só posso lhe agradecer — afirmou a ministra.
Em seguida, Renan Filho e Alexandre Silveira também criticaram Bolsonaro, mas o ministro de Transporte foi o único a citar nominalmente o ex-presidente.
— Ao longo dos últimos dias, o senhor (Lula) tem dado uma série de entrevistas à imprensa tradicional, porque o presidente anterior. Nem queria falar o nome dele aqui, mas Bolsonaro não dava entrevista. Ele falava em cercadinho — disse Renan Filho, que também afirmou que há "filósofos contemporâneos" especializados na mentira, em referência a adversários e entoou, — Em infraestrutura, o governo Lula investe 4 vezes mais que o governo anterior.
O presidente chegou ao estado nesta quinta-feira no início da tarde, quando foi recebido pelo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD). Em seguida, teve agenda em Contagem (foto acima).
Nesta sexta-feira, além da agenda em Belo Horizonte, irá para Juiz de Fora. Os eventos fora da capital são uma forma de acenar para as prefeitas petistas que irão disputar a reeleição, Marília Campos e Margarida Salomão. As solenidades ocorrem sem a presença do governador, Romeu Zema (Novo), que recusou o convite do governo federal por estar no Norte do estado.
Afagos a Pacheco
Assim como nas agendas de quinta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), foi ovacionado e citado pelos presentes. Em sua fala, o ministro dos Transportes, Jader Filho, afirmou que Pacheco foi o responsável por garantir a democracia no país.
— Se hoje estamos nesse momento democrático é graças à força que esse mineiro teve em segurar a democracia desse país. No dia 8, a ditadura queria voltar, e foi a força desse mineiro junto com o presidente Lula que possibilitou que a gente estivesse aqui (...) peço a Minas Gerais, o reconhecimento e palmas para esse mineiro, Rodrigo Pacheco. Minas precisa reconhecer esse líder que tem — disse o ministro dos Transportes, Jader Filho.
Pacheco, por sua vez, discursou por mais de dez minutos e fez acenos a Lula e outros petistas tradicionais, a exemplo do ex-prefeito de Belo Horizonte e hoje deputado federal Patrus Ananias.