FRA

Cartaz eleitoral da extrema-direita choca franceses: "Vamos dar futuro às crianças brancas"

O Reagrupamento Nacional (RN), partido de extrema-direita dirigido por Marine Le Pen, foi o mais votado no primeiro turno das eleições legislativas antecipadas da França

Cartaz distribuído por partido francês: 'Vamos dar um futuro às crianças brancas' - Reprodução

A vitória da extrema-direita e de seus aliados no primeiro turno das eleições legislativas na França, com 34% dos votos, confirmou o favoritismo do Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen e Jordan Bardella, e acendeu um alerta no grupo político contrário. Sugiram pelas ruas do país cartazes com um jovem loiro, branco e de olhos azuis e o slogan: "Vamos dar um futuro às crianças brancas".

Segundo a imprensa local, o cartaz é de responsabilidade do Parti de la France, pequeno grupo de extrema-direita que apresenta apenas um candidato nas eleições legislativas.

O prefeito de Neuves-Maisons, Pascal Schneider, disse à AFP que apresentou uma queixa nesta segunda-feira ao Ministério Público de Nancy por “provocação à discriminação, ao ódio ou à violência de natureza racista”. “Esta não é uma manifestação política, é uma manifestação sectária, que demoniza, que estigmatiza”, denunciou Schneider.
 

“Eles encobriram algumas placas oficiais que estão na frente das escolas e tive reações de pais horrorizados. Acham esta atitude ignóbil, fora do tempo, corresponde a outro século”, lamentou.

Segundo o partido anunciou, pelo menos quinze cartazes com a mensagem foram fixados pela cidade entre este domingo e segunda-feira. No seu site, o partido afirma que a peça foi “um verdadeiro sucesso” e que “o estoque está esgotado”. “Os nossos ativistas assumem todos os riscos para exibir os nossos slogans ofensivos e radicais em toda a França”, disse o grupo radical.

Após a polêmica, o grupo declarou que vai substituir os cartazes por outros contra a imigração. "Que eles regressem para a África!", dirá a nova peça.

O candidato do grupo, Pierre-Nicolas Nups, afirmou ao jornal L'Est republican que tinha “validado” o cartaz. Segundo ele, transmite “uma mensagem de esperança para os nossos jovens e nada mais. E se víssemos qualquer outra coisa, seria uma interpretação maliciosa.”