golpe na bolívia

Argentina repudia "falsa denúncia" de golpe na Bolívia

Governo da Argentina citou "relatórios de inteligência" para apoiar as declarações de Morales

Tropas militares tomam praça em La Paz em tentativa de golpe de Estado na Bolívia - Aizar Raldes/AFP

O governo da Argentina repudiou o que atualmente é uma "falsa denúncia" de golpe de Estado na Bolívia, onde na última quarta-feira (26) tropas com tanques cercaram durante algumas horas o palácio do governo em La Paz.

"O Gabinete do Presidente (Javier Milei) repudia a falsa denúncia de golpe de Estado feita pelo governo da Bolívia na quarta-feira, 26 de junho, e hoje confirmada como fraudulenta", afirmou um comunicado publicado na noite de domingo.

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou no domingo o atual presidente boliviano, Luis Arce, de ter mentido com um "autogolpe" após um ataque militar frustrado à sede do governo em La Paz.

"Pensei que fosse um golpe, mas agora estou confuso: parece um autogolpe", disse Morales no domingo em seu programa regular de rádio.

O governo argentino citou “relatórios de inteligência” para apoiar as declarações de Morales.

"O relato divulgado foi pouco credível e os argumentos não se enquadraram no contexto sociopolítico do país latino-americano", argumentou o comunicado da Presidência argentina.

“A democracia boliviana está em perigo há algum tempo. Não por causa de um golpe militar, mas porque historicamente os governos socialistas levam a ditaduras”, acrescenta o comunicado.

“A Argentina espera que prevaleça a democracia, atacada há anos no Estado Plurinacional da Bolívia, e insta as forças políticas do país desse a garantir o Estado de Direito em seu território”, concluiu.

A Justiça boliviana investiga o levante armado quando tropas com tanques cercaram a sede do governo durante várias horas e depois recuaram, deixando 14 feridos e 21 militares presos, incluindo os três ex-comandantes das Forças Armadas.