Cineastas acusados de violência sexual pela atriz Judith Godrèche são detidos e interrogados
Caso de início ao que está sendo chamado de #MeToo francês e ocorre dias depois do Chefe do Centro Nacional de Cinema da França ser condenado a três anos por agressão sexual a afilhado
Os cineastas franceses Benoît Jacquot e Jacques Doillon, acusados de violência sexual pela atriz Judith Godrèche e outras artistas, foram detidos nesta segunda-feira, para serem interrogados pela Brigada de Proteção de Menores, alegam fontes próximas ao caso à agência de notícias AFP.
Os dois homens, que negam as acusações, compareceram à Direção Regional da Polícia Judiciária de Paris acompanhados de suas advogadas, informou um jornalista da AFP. Jacquot "finalmente poderá se expressar perante à Justiça", declarou sua advogada Julia Minkowski, que criticou o fato de seu cliente ter sido preso após entrar na unidade policial.
Já Marie Dosé, advogada de Doillon, afirmou que "nenhum critério legal justifica esta medida" de prisão, sobretudo considerando que os fatos relatados pela atriz ocorreram há 36 anos e estão prescritos há mais de duas décadas. A defesa de ambos denunciou a violação da presunção de inocência de seus clientes.
A investigação do Ministério Público de Paris está centrada em supostos crimes como estupro de um menor de 15 anos por uma pessoa com autoridade, estupro, violência doméstica e agressão sexual de um menor de 15 anos por uma pessoa com autoridade.
Godrèche, de 52 anos, acusou publicamente Benoît Jacquot de estupro em fevereiro e depois, Jacques Doillon de agressão sexual. Ela apresentou as queixas correspondentes em tribunal. Outras duas outras atrizes denunciaram Jacquot: Julia Roy por agressão sexual, e Isild le Besco, no final de maio, por estupro de menor de 15 anos e estupro, supostamente ocorrido entre 1998 e 2007.