MÚSICA

"Microfonado": em novo projeto, os Titãs voltam ao minimalismo "quase" acústico

Em parceria com Rick Bonadio, "Microfonado" traz convidados como Ney Matogrosso, Lenine e Preta Gil dividindo os vocais com os titânicos

Titãs: Sérgio Britto, Branco Mello e Tony Bellotto - Tony Santos/Divulgação

Depois do sucesso estrondoso da turnê “Encontro”, que percorreu o Brasil (por duas vezes) e fez passagens pelos Estados Unidos e Portugal, com todos os integrantes da formação clássica, os TitãsBranco Mello, Tony Bellotto e Sérgio Britto – apresentam um novo projeto: “Microfonado”, que foi lançado nas plataformas de streaming no último dia 27 de junho.

“Microfonado”, lançado pelo selo Midas Music, é um projeto de Rick Bonadio, que produziu o trabalho junto a Sergio Fouad. A ideia foi reunir algumas músicas do repertório dos Titãs e despi-las do máximo de elementos, deixá-las o mais próximas do formato canção, e trazer sete convidados para dividir os vocais com os titânicos.

Participam deste trabalho: Ney Matogrosso, Preta Gil, Lenine, Vitor Kley, Cyz Mendes, Bruna Gonçalves e Major RD.

“Microfonado”
Titãs é a banda brasileira que mais se metamorfoseou ao longo de sua trajetória – já foi punk/brega, new wave, grunge, “acústica” – e, de certa forma, o “Microfonado” é mais uma transformação: saem da grandiosa e superlativa estrutura de “Encontro” e assumem um formato mais minimalista, no sentido contrário da exitosa turnê.

“O fato da gente ter feito uma turnê grande, gigantesca, como a ‘Encontro’, e agora poder fazer shows mais intimistas, em teatro, explorando essa proximidade com o público, é um privilégio, faz com que a nossa relação com arte, com a música, sempre se renove. Tudo isso é fundamental para você manter viva a sua arte”, considera Sérgio Britto.

Para o “Microfonado”, Bellotto, Britto e Branco contaram com os músicos Beto Lee e Mário Fabre acompanhando a banda. Entram em cena violões, piano, baixo e bateria, mas, os roqueiros não conseguiram deixar as guitarras de lado, porém, com menos peso e distorções. 

“A gente chama de ‘eletroacústico’, tem guitarras também, mas, não tão intensas e barulhentas como em alguns dos nossos discos, mas, com a pegada de guitarra… ela tá ali”, diz o guitarrista (e, agora, vocalista) Tony Bellotto.

Repertório
Para compor  “Microfonado”, os Titãs recorreram ao seu “repertório inesgotável”, afinal, são 42 anos de carreira e composições a fio. Foram escolhidas nove músicas, a maioria delas pinçada do mais recente álbum de inéditas, “Olho Furta Cor” (2022), além de canções clássicas dos Titãs, de outros discos.

Gravado em estúdio, mas, com execução ao vivo para uma seleta plateia, os Titãs dão frescor às  reinterpretações das músicas, com uma novidade que vem sendo trabalhada há algum tempo: Tony Bellotto assume em definitivo os vocais dos Titãs, cantando solo ou dividindo com alguns dos convidados do projeto.

Convidados
E por falar nos convidados, “Microfonado” trouxe um time escolhido a dedo pelos titânicos: Ney Matogrosso canta com Bellotto a faixa “Apocalipse Só”, um típico rock a la Titãs. Preta Gil divide com Branco Mello a música “Como é bom ser simples” – curiosidade: tanto Preta quanto Branco trataram, recentemente, de câncer (ela, no intestino; ele, na laringe).

O pernambucano Lenine canta, junto a Sérgio Britto, o rock “Raul”, que, sim, é uma homenagem ao baiano Raul Seixas. Britto também divide vocais em “Marvin”, com Vitor Kley, e em “Porque eu sei que é amor”, com Bruna Magalhães.

“Um mundo” traz Tony Bellotto e Cyz Mendes, cantora e atriz que já havia trabalhado com a banda no disco “Doze Flores Amarelas”, a ópera-rock dos Titãs. E o rapper Major RD divide com Branco Mello os vocais ferozes da antológica “Cabeça Dinossauro”.

Ainda no repertório, “Sonífera Ilha”, cantada por Tony Bellotto, e “A melhor banda de todos os tempos da última semana”, por Branco Mello.