juros

Reformas são necessárias para diminuir o juro neutro, diz Campos Neto

O presidente do BC ainda destacou que ajustes fiscais pelo lado da receita tendem a taxar mais o capital do que o trabalho, o que reduz a produtividade

Roberto Campos Neto, presidente do BC - Raphael Ribeiro/BCB

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira que a taxa neutra real de juros do Brasil ainda é muito alta, mesmo com reformas conduzidas durante a pandemia. Por isso, é necessário avaliar quais reformas são necessárias para diminuir essa taxa no médio prazo, afirmou.

"Precisamos falar sobre quais reformas são necessárias no médio prazo para garantir que tenhamos uma taxa estrutural, uma taxa neutra mais baixa do que temos agora", disse, em um evento do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal.

Na mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC aumentou a sua estimativa de juro real neutro, de 4,5% para 4,75%. Economistas do mercado veem um nível mais alto, próximo de 5%, segundo as medianas do último Questionário Pré-Copom (QPC).
 

Segundo Campos Neto, há fatores estruturais que determinam um juro neutro mais alto no Brasil, como o crédito subsidiado, a trajetória da dívida pública e a baixa produtividade. Ele destacou que o País conduziu reformas importantes, como a da Previdência e a trabalhista, mas que o juro neutro continua alto

O presidente do BC ainda destacou que ajustes fiscais pelo lado da receita tendem a taxar mais o capital do que o trabalho, o que reduz a produtividade.