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Coreia do Sul tem tráfego aéreo afetado pelos balões com lixo enviados pela vizinha Coreia do Norte

Aeroporto de Incheon, próximo a capital da Coreia do Sul, teve pousos e decolagens suspensos por cerca de três horas quando um balão caiu próximo a um terminal de passageiros

Coreia do Norte enviou mais 600 balões cheios de lixo, diz Sul - Handout / South Korean Defence Ministry / AFP

Mais de cem voos e cerca de 10 mil passageiros foram afetados na Coreia do Sul pelos balões cheios de lixo lançados pela Coreia do Norte, declarou um deputado sul-coreano na quarta-feira.

Pyongyang enviou mais de mil balões repletos de lixo para seu vizinho do sul desde o final de junho, supostamente em resposta aos balões com propaganda enviados por ativistas sul-coreanos.

Devido aos balões norte-coreanos, os voos com destino ou procedentes do Aeroporto de Incheon, em Seul, não puderam aterrissar ou decolar em 26 de junho.

O deputado Jeong Jun-ho afirmou em um comunicado, citando novos dados do Ministério dos Transportes, que esses balões afetaram um total de 115 voos comerciais e 10 mil passageiros desde o final de maio.

Pelo menos 15 aviões, incluindo voos de longa distância dos Estados Unidos, foram obrigados a aterrissar no Aeroporto de Cheongju (localizado a cerca de três horas de carro) e os passageiros tiveram que ser transferidos para Incheon, após sofrerem longos atrasos e inconvenientes, detalhou o comunicado.

Jeong instou as autoridades a adotarem mais medidas para impedir que os ativistas sul-coreanos, contrários ao líder norte-coreano Kim Jong Un, enviem balões para o norte.

Os parlamentares sul-coreanos aprovaram uma lei em 2020 que punia o envio de panfletos para a Coreia do Norte, mas os ativistas continuaram a fazê-lo. O Tribunal Constitucional sul-coreano revogou essa lei em 2023 em nome da liberdade de expressão.

As relações entre as duas Coreias atravessam um de seus períodos mais tensos em anos. "Não se deve subestimar. Os balões carregados de lixo e os danos que causam são uma forma de terrorismo suave", observou o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em um relatório publicado na segunda-feira.