Lula e Janja se encontram com vereadora do PSDB que pode atuar como ponte do governo com evangélicos
Vereadora já apresentou um plano para aproximar o segmento religioso da administração petista
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira com a vereadora de Goiânia Aava Santiago, de 34 anos, que tem atuado como uma ponte do governo federal com evangélicos.
Lula tenta se aproximar do setor, predominantemente apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, desde o começo do seu terceiro mandato, mas tem patinhado nas tentativas.
Pelas redes sociais, Lula afirmou que o encontro tratou sobre "os desafios das famílias das periferias e a importância da assistência social e das políticas públicas para as mães e os jovens do nosso país". A vereadora também esteve com a primeira-dama Janja da Silva.
Filiada ao PSDB desde a adolescência, a vereadora causou incômodo em colegas de partido ao integrar a equipe de transição do governo de Lula, no fim de 2022. Na época, a política, que é evangélica e filha de pastores, apresentou um plano para aproximar o segmento religioso da administração petista e chegou a se reunir com ministros no início da nova gestão.
O plano foi engavetado, mas isso não impediu que, de lá para cá, a vereadora ganhasse protagonismo em temas como defesa de direitos sociais, se tornando referência por ser uma ponte de diálogo entre a política e as igrejas. Enquanto isso, o governo federal segue patinando na aproximação com o segmento.
Quem é Aava
"Vereadora, socióloga, maloqueira e crente", ou "malocrente", como ela mesma se define nas redes sociais, Aava está em seu primeiro mandato e se destaca na defesa de bandeiras tradicionais da esquerda, como direitos das mulheres, da escola pública e direitos humanos. Por conta disso, tem sido uma voz destoante no meio evangélico, que nos últimos anos se tornou majoritariamente bolsonarista e despertado o interesse de partidos como o próprio PT de Lula para filiá-la.
A aproximação inicial com os petistas, contudo, esfriou e Aava hoje é crítica à forma que o presidente lida com o público evangélico. Ela prevê dificuldades para o campo da esquerda dialogar com o segmento nas eleições municipais de outubro.