Primeiro-ministro da China pede cooperação internacional em matéria de Inteligência Artificial
Empresas da China tentam recuperar terreno frente às suas homólogas americanas, especialmente no que diz respeito à IA generativa
O primeiro-ministro da China, Li Qiang, fez um apelo, nesta quinta-feira (4), à cooperação internacional e a uma mentalidade mais aberta em matéria de Inteligência Artificial (IA), em um contexto de crescente rivalidade com os Estados Unidos neste setor estratégico.
As empresas chinesas tentam recuperar terreno frente às suas homólogas americanas, especialmente no que diz respeito à IA generativa.
Na quarta-feira, a ONU anunciou que os inventores da China apresentaram a maioria das solicitações internacionais de patentes para inovações que utilizam essa tecnologia.
A IA abre o caminho para diversos aplicativos, desde o reconhecimento de voz à gestão de dados, mas também para as manipulações de vídeo ("deepfake"), espionagem ou aplicativos militares.
Esses dois últimos usos levaram os Estados Unidos a limitar a exportação para a China de alguns dos chips eletrônicos mais avançados, entre eles os que são utilizados para o desenvolvimento da IA.
Nesse contexto, o primeiro-ministro chinês pediu nesta quinta-feira os países a adotar uma "mentalidade mais aberta" e a promover a cooperação internacional no âmbito da IA.
"Cada país possui suas próprias vantagens em matéria de tecnologia, de dados e de mercado da IA. Deveríamos nos comprometer com um cooperação mútua e juntar forças", declarou em Xangai, no início da Conferência Mundial sobre Inteligência Artificial (WAIC).
Espera-se que as empresas chinesas de alta tecnologia apresentem variados produtos que utilizam inteligência artificial durante esse salão internacional, que vai durar vários dias.
Em seu discurso, Li também instou os países a promover "a circulação transfronteiriça de dados, o livre comércio de equipamentos e a conectividade de infraestruturas".
O primeiro-ministro alertou que os riscos vinculados ao rápido desenvolvimento das tecnologias relacionadas à IA necessitarão de um diálogo a nível internacional.
"Nenhum país pode ser uma exceção", afirmou Li, defendendo a criação de uma norma mundial sobre IA, especialmente em matéria de normas técnicas.