Honduras mobiliza milhares de policiais e militares para combater onda de crimes
Ministro da Segurança de Honduras, Gustavo Sánchez, liderou a operação na capital
O governo de Honduras mobilizou milhares de policiais e militares em todo o país nesta quinta-feira (4) devido ao aumento da criminalidade nas últimas semanas.
O ministro hondurenho da Segurança, Gustavo Sánchez, liderou a operação na capital, esclarecendo que a intervenção é "em nível nacional".
Ele acrescentou que a medida visa prevenir "crimes contra a vida, homicídios, assassinatos, roubos à mão armada e extorsões", além de executar mais de 10 ordens de prisão em Tegucigalpa e 50 no restante do país centro-americano.
Honduras tem sido abalada nas últimas semanas por uma onda de crimes de grande impacto.
Em 26 de junho, cinco jovens foram sequestrados em Tegucigalpa e seus corpos foram encontrados dias depois, um incidente atribuído pela polícia à gangue Barrio 18.
Além disso, grupos de 14 e 12 pessoas foram sequestrados há três semanas na costa atlântica, ações que a polícia atribuiu a uma guerra entre bandos de traficantes de drogas. Os sequestrados, incluindo pelo menos duas mulheres, continuam desaparecidos.
Sánchez também anunciou a prorrogação do estado de exceção por 45 dias. A medida está em vigor no país desde 6 de dezembro de 2022, com uma ampliação anterior em 19 de maio.
Essa disposição permite prisões sem ordem judicial e se assemelha a uma lei em vigor desde março de 2022 em El Salvador, onde houve uma redução drástica nas atividades das gangues.
O ministro Sánchez negou que o estado de exceção tenha falhado em Honduras, como afirmam alguns veículos de imprensa locais.
Ele argumentou que, sob a medida, as recapturas de fugitivos aumentaram em 85%, foram apreendidas 12.000 armas e 4.500 membros de gangues ou cartéis de drogas foram presos.
"Reduzimos a taxa de homicídios em oito pontos em dois anos", garantiu.
A taxa de homicídios fechou em 2023 em 38 por cada 100.000 habitantes, mais de seis vezes a média mundial, mas abaixo dos 42 por cada 100.000 de 2021, segundo o Observatório de Violência da Universidade Nacional.