Projeto social

Karatê Alto do Brasil: conheça o projeto que transforma a vida de jovens na Zona Norte do Recife

Fundado em 2017, o projeto já conta com quase 50 alunos

Projeto social de karatê transforma vida de jovens na Zona Norte do Recife - Paulo Almeida/Folha de Pernambuco

Um projeto social, que promove aulas gratuitas de karatê, vem transformando a vida de vários jovens da Zona Norte do Recife. 

Localizado na comunidade Alto do Brasil, o Projeto Social Karatê Alto do Brasil, que conta com quase 50 alunos, busca, além de afastar os jovens das ruas, incentivá-los com a prática do esporte e estimulá-los com os estudos.

Projeto Social Karatê Alto do Brasil. Foto: Paulo Almeida/Folha de Pernambuco.

Fundador do projeto, José Marcos, de 51 anos, conta que a ideia surgiu após sentir a necessidade de ajudar os jovens da comunidade.

"Estava uma roda de amigos conversando, quando passou o filho de um amigo nosso com a tornozeleira eletrônica. Quando eu vi, fiquei muito emocionado com a cena, e todos do grupo começaram a criticar. E então eu pensei: por que não fazer alguma coisa? E aí tive a ideia de fazer esse projeto", relembrou.

Fundador do projeto, José Marcos, ao centro, com alunos do projeto. Foto: Reprodução/Instagram.

Para tirar o projeto do papel, ele contou com a ajuda de Marcos Antônio, conhecido como Marcos Coxinha, que pratica karatê há mais de 50 anos. Agora como professor, Marcos destacou a importância da iniciativa.

"Tirar eles da rua, para um dia ser um campeão, ser alguém. A gente também tem o objetivo de divulgar a comunidade de onde eles estão vindo. Todos os campeonatos que a gente vai, nós comemoramos com a bandeira. A população abraça o nosso projeto", afirmou.

Professor Marcos Coxinha, ao centro, mediando luta de alunos. Foto: Paulo Almeida/Folha de Pernambuco

A iniciativa, aliás, já vem rendendo bons frutos para alguns alunos, como é o caso de Lucas Renée, de 13 anos. O jovem, que já é faixa marrom, penúltima antes do maior nível, a preta, e já tem medalha conquistada, se declarou para o projeto.

"O projeto mudou muita coisa. A forma de agir, respeitar a família, irmãos. O projeto é minha segunda família", destacou.

Paulo Almeida/Folha de Pernambuco. Foto: Paulo Almeida/Folha de Pernambuco.

Riquelme Rosendo, de 16 anos, é outro aluno do projeto que admitiu estar sendo beneficiado. O jovem, que possui transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), começou no esporte como faixa branca e já está na faixa preta. 

Além disso, Riquelme já acumula conquistas e uma medalha de ouro em um mundial. "Mudou minha vida. Minha família e Marquinhos me ajudaram. Estou gostando, estou indo bem nos estudos", confessou.

Riquelme Rosendo, aluno do projeto. Foto: Paulo Almeida/Folha de Pernambuco.


Lucas e Riquelme são apenas alguns dos vários alunos que vêm disputando campeonatos e que devem participar do Pan-Americano e do Brasileiro de Karatê, que acontecem em setembro deste ano, no Recife.

Parte da turma do Projeto Social Karatê Alto do Brasil. Foto: Paulo Almeida/Folha de Pernambuco.

Dificuldades
Apesar de beneficiar vários alunos, o projeto vem encontrando algumas dificuldades, especialmente por causa do espaço onde são realizadas as aulas.

"Infelizmente, o espaço da gente é pequeno. Todo dia chegam mãe e pai pedindo vagas", confessou José Marcos.

Atualmente, as aulas de karatê são realizadas em um espaço cedido por uma igreja da comunidade. Em razão do tamanho do local, o projeto não está conseguindo incluir mais novos alunos.

"Nosso espaço é pequeno, por isso nós temos duas turmas de alunos, porque se botar todo mundo, fica apertado", confessou Marcos Antônio.

Aulas do projeto acontecem em uma igreja. Foto: Paulo Almeida/Folha de Pernambuco.

Além do espaço, o projeto também vem tentando encontrar alternativas para arrecadar dinheiro para se manter em funcionamento e poder participar de campeonatos, incluindo o Pan-Americano e o Brasileiro de Karatê.

"A nossa dificuldade é apoio, patrocinador. A gente junta latinha para vender, faz rifa, vende camisa", disse Marcos Antônio.

Para quem tiver interesse em ajudar o projeto, seja na compra de uma rifa, de uma camisa ou por doação espontânea, basta entrar em contato com o fundador do projeto, José Marcos, pelo número 81 98731-2859.