MÚSICA

MPB4 lança álbum em celebração a seis décadas de trajetória

"60 anos de MPB" revisa a trajetória do grupo, com convidados como Chico Buarque, Alceu Valença, Paulinho da Viola, João Bosco e outros

MPB4 - Leo Aversa/Divulgação

Verdadeiro patrimônio vocal da Música Popular Brasileira, o grupo que traz no nome a mais evocada sigla musical do País completa 60 anos.

Ao longo de seis décadas, o MPB4 consolidou sua trajetória como um dos mais importantes grupos vocais do Brasil, dando voz e consagrando clássicos de artistas como Chico Buarque, João Bosco, Milton Nascimento, Paulo César Pinheiro, Toquinho, Vinicius de Moraes, entre tantos outros.

Celebrando essa efeméride, o quarteto acaba de lançar, pela Biscoito Fino, o álbum “60 anos de MPB”, que chegou nas plataformas de streaming na última sexta (5).

São 12 faixas – algumas gravadas pela primeira vez pelo MPB4 – que sintetizam a história do grupo, com um time de convidados do quilate de Alceu Valença, Paulinho da Viola, Edu Lobo, Ivan Lins, João Bosco, Guinga, Dori Caymmi, Kleiton & Kledir, Francis Hime e dos já citados Chico, Milton e João.

Os quartetos
O álbum “60 anos de MPB” é dedicado ao grupo Quarteto em Cy – antológico grupo vocal feminino, contemporâneo ao MPB4 – e aos ex-integrantes já falecidos: Antônio José Waghabi Filho, o Magro, um dos fundadores do MPB4 (falecido em 2012), e Ruy Faria (falecido em 2018, integrou o MPB4 até 2004).

As ausências de Magro e Ruy não chegaram a tirar o grupo de cena. Para substitui-los, Dalmo Medeiros e Paulo Malaguti Pauleira – ex-integrantes do grupo Céu da Boca – se juntaram a Aquiles Reis e a Milton Lima dos Santos Filho, o Miltinho, fazendo jus à formação de quarteto.

O álbum
Nesse passeio pelas seis décadas de história do MPB4, “60 anos de MPB” abre justamente com uma música inédita nas vozes do quarteto. “Notícias do Brasil (Os pássaros trazem)”, composição de Milton Nascimento e Fernando Brandt, ganhou a participação de Bituca cantando com o grupo.

Outro nome de nobre linhagem artística, Dori Caymmi foi responsável pelos arranjos do álbum e canta com o MPB4 a canção “O Cantador”, composição dele e de Nelson Motta, de 1967, uma das mais antigas do disco e segunda faixa do álbum.




Outra canção clássica é “Catavento e Girassol”, parceria do violonista Guinga e de Aldir Blanc que data de 1993. Já gravada por Leila Pinheiro, a canção agora ganha uma versão em samba, bem diferente da original, e a participação de Guinga, que canta na faixa.

Mais uns sambas embalam “60 anos de MPB”. Com o suingue e a sagacidade do violão e voz de João Bosco, “Prêt-à-porter de tafetá”, de Bosco e Aldir Blanc, é uma das melhores gravações do álbum.

Alceu
“Caso Encerrado” tem a participação de Toquinho, autor da canção com Paulinho da Viola. O “Príncipe do Samba” também participa cantando a sua “Coisa do Mundo, Minha Nêga”, mais uma canção inédita no repertório do MP4.

Ivan Lins participa de “Velas Içadas”, canção em parceria com Vitor Martins, que já havia sido gravada anteriormente pelo MPB-4, no disco “Somos todos iguais” (1998), feito em conjunto com o Quarteto em Cy.
O baião “Dança do Corrupião” tem a participação do cantor Edu Lobo, autor da música com Paulo César Pinheiro. Chico Buarque se une ao MPB4 na canção “Angélica”, parceria sua com Miltinho, integrante do grupo.

Alceu Valença, único nordestino presente no disco, interpreta a sua “Na Primeira Manhã”. Essa conta com um arranjo dos mais interessantes do álbum. Os gaúchos Kleiton e Kledir repetem o encontro com o MPB4 na faixa “Paz e Amor”, que havia sido lançada em 2020, durante a pandemia da Covid-19. Encerrando o álbum, o grupo convidou Francis Hime para dividir a canção “Parceiros”, dele e de Chico Buarque.