Maioria dos entrevistados concorda com críticas de Lula ao Banco Central, aponta Genial/Quaest
De acordo com a mostra, 66% disseram concordar com Lula, contra 23% que disseram discordar, enquanto 11% não sabem ou não responderam
Nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 10, mostra que a maioria dos entrevistados concorda com as críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à política de juros praticada pelo Banco Central, sob a condução de Roberto Campos Neto.
De acordo com a mostra, 66% disseram concordar com Lula, contra 23% que disseram discordar, enquanto 11% não sabem ou não responderam.
Em recentes entrevistas, concedidas sobretudo a emissoras de rádio de todo o País, o presidente da República tem aumentado o tom das críticas ao atual presidente do BC, argumentando que a atual taxa Selic, de 10,5%, "é exagerada", pois não se pode ter uma política de juros alto em um momento em que a inflação está sob controle.
E que, portanto, não se pode ter um Banco Central que age na contramão do que deseja a população. Especificamente sobre os juros serem "muito altos" no Brasil, como prega Lula, 87% dos entrevistados disseram concordar, 10% discordaram e 3% não sabem ou não responderam.
A pesquisa Quaest, realizada entre os dias 5 e 8 de junho, com dois mil eleitores acima de 16 anos, com nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, revela que as recentes falas de Lula nessas entrevistas não foram aprovadas pelos entrevistados apenas nas críticas à política de juros do Banco Central.
Segundo a mostra, 90% concordam que o salário mínimo deve ser aumentado todo ano acima da inflação, 8% disseram discordar e 2% não sabem ou não responderam. Nas entrevistas que concedeu recentemente, o presidente da República reiterou que a política de valorização do salário mínimo vai ser mantida e não será alvo de nenhuma política de "corte de gastos" para equilibrar as contas públicas.
Outra questão abordada pela Genial/Quaest foi com relação à defesa de Lula para que a carne consumida pela população mais pobre tenha isenção de impostos: 84% disseram concordar, 14% afirmaram discordar e 2% não responderam ou não sabem. Lula defendeu também, nessas entrevistas, um pente-fino no Cadastro Único, que permite o acesso das famílias de baixa renda a diversos programas sociais do governo. Neste quesito, 83% concordaram com o petista, 15% discordaram e 2% não sabem ou não responderam.
A Genial/Quaest abordou ainda as críticas de Lula ao mercado financeiro nessas recentes entrevistas, quando ele disse que seu governo não deve satisfação ao mercado, mas sim aos mais pobres. Nessa questão, 67% dos entrevistados disseram concordar, 29% discordaram e 4% não responderam ou não sabem.