Bolívia

Apoiadores de Evo Morales e presidente Arce se enfrentam na Bolívia

O ex-presidente, de 64 anos, e líder do Movimento ao Socialismo (MAS) chegou aos arredores do TSE cercado por dezenas de simpatizantes

Apoiadores de Evo Morales e presidente Arce se enfrentam na Bolívia - AFP

Partidários do presidente da Bolívia, Luis Arce, e do ex-presidente Evo Morales entraram em confronto nesta quarta-feira (10) em uma praça de La Paz, durante uma reunião de líderes de partidos convocada pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), para definir o cenário das eleições de 2025.

Morales (2006-2019) compareceu à convocação de 11 dirigentes de partidos políticos para discutir as eleições por voto popular de ministros do poder judiciário e definir as primárias para nomear seus candidatos para as eleições do próximo ano.

O ex-presidente, de 64 anos, e líder do Movimento ao Socialismo (MAS) chegou aos arredores do TSE cercado por dezenas de simpatizantes. Enquanto ele entrava no órgão eleitoral, chegaram seguidores de Arce e começaram os conflitos.

Por algumas horas, apoiadores de ambas as figuras do MAS brigaram com pedras e paus e trocaram socos e pontapés, o que resultou em pelo menos um ferido, de acordo com o vice-ministro de Governo (Interior).

"Lucho [Luis Arce], você não está sozinho!", gritaram os seguidores do presidente boliviano de 60 anos, no poder desde 2020, enquanto seus adversários respondiam: "Evo presidente, Evo presidente!".

O MAS ficou dividido em dois blocos: um apoia Morales e outro, Arce. Eles disputam a liderança do partido e a candidatura para as eleições de 2025. Morales anunciou que se candidatará novamente à presidência, enquanto o atual chefe de Estado disse que ainda não tomou uma decisão.

As divergências entre os dois também se manifestaram em relação ao incidente militar de 26 de junho em La Paz. Arce garantiu que houve uma tentativa de golpe, enquanto Morales falou de um autogolpe para elevar a imagem presidencial.

A reunião convocada pelo TSE busca um acordo para desbloquear as eleições judiciais e as primárias nos partidos.

O Congresso não chegou a um consenso para aprovar uma lei sobre como e quando será a eleição dos magistrados, e os partidos enfrentam dificuldades para cumprir os prazos na designação de seus candidatos presidenciais.