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Coreia do Sul desenvolve arma a laser capaz de derrubar drones com disparo ao custo de R$ 8

Principal diferença de artefato é custo benefício, já que normalmente países empregam equipamentos milionários para abater drones de baixo custo

A arma a laser Block-1 - Reprodução/Facebook DAPA

A Coreia do Sul está começando a produzir em massa uma arma a laser de baixo custo que derrubou com sucesso pequenos drones durante testes, informou a Administração do Programa de Aquisição de Defesa do país (DAPA), citada pela rede CNN.

Batizada de Block-1, a arma é "capaz de atingir com precisão pequenos veículos aéreos não tripulados e multirotores a curta distância". E, apesar de não ter divulgado o valor do artefato, a agência informou que cada disparo custaria apenas cerca de US$ 1,5 (mais ou menos R$ 8 na cotação atual).

 

Imagens fornecidas pela DAPA mostram uma arma do tamanho de um contêiner com um laser na parte superior — de acordo com a agência, a unidade mede 9 metros de largura, por três de altura e três de comprimento. Em um de seus lados, também é possível ver montado o que parece ser um radar ou dispositivo de rastreamento. Além disso, a unidade dispara raios laser que são difíceis, se não impossíveis, de serem detectados antes do impacto.

"Ele é invisível e silencioso, não requer munição separada e pode ser operado apenas quando há fornecimento de eletricidade", informou a DAPA, citada pela CNN, explicando que versões futuras podem ser desenvolvidas para eliminar alvos maiores, incluindo aeronaves e mísseis balísticos, o que seria um "divisor de águas". Seria, neste caso, o "sistema de arma antiaérea a laser (Block-II)".

A arma a laser, segundo a agência, está sendo desenvolvida há cinco anos, com um investimento de mais de US$ 63 milhões (R$ 341 milhões). O Instituto Coreano de Análises de Defesa liderou o desenvolvimento do sistema em parceria com a Hanwha Aerospace. O sistema foi avaliado como adequado para combate em abril de 2023, após atingir 100% de sucesso na destruição de alvos em testes de fogo real, segundo a DAPA.

No dia a dia, o diferencial da Block-1 seria exatamente seu poder de destruição comparado ao preço. Na Ucrânia, em guerra com a Rússia desde fevereiro de 2022, no Oriente Médio, e em outros locais, drones menores — alguns que podem ser encontrados em prateleiras — já mostraram a capacidade de desabilitar ou destruir peças milionárias de equipamentos militares, incluindo tanques. Os militares, por sua vez, tentam eliminar esses drones mais baratos com armas que podem custar dezenas de milhares de dólares por ataque.

É aí que a sul-coreana Block-1 faria diferença, já que poderia destruir esses drones com um custo por disparo muito baixo. Em um contexto mais amplo, uma arma que pudesse fazer o mesmo que os milionários equipamentos militares traria um grande impulso para o país que pudesse implementá-la.

A Coreia do Sul, segundo a agência, foi o primeiro país a reconhecer publicamente que implantará uma arma a laser produzida em massa. No início deste ano, o Reino Unido exibiu uma nova arma a laser que, segundo seus militares, poderia disparar mísseis letais por cerca de US$ 13 (quase R$ 70,5) o disparo. Mas, nenhuma data para implementação dessa arma foi anunciada.

Em 2022, a Marinha americana testou com sucesso um sistema de laser de alta energia contra um alvo que representava um míssil de cruzeiro. Apesar disso, afirmou que não havia planos para colocar o artefato nas mãos dos militares, explicando apenas que o sistema "oferece um vislumbre do futuro das armas a laser".