FUTEBOL

'Abalado psicologicamente', diz goleiro que levou tiro de bala de borracha de PM após jogo em Goiás

Ramon Souza foi atingido durante confusão no gramado depois do apito final e precisou ser atendido em UTI móvel

Goleiro se pronuncia após levar tiro durante jogo - Reprodução/Instagram

O goleiro Ramon Souza, do Grêmio Anápolis, disse estar "abalado psicologicamente" após ter sido atingido por um tiro com bala de borracha disparado por um agente que integrava o policiamento do jogo de seu clube contra o Centro Oeste, nesta quarta-feira (10)

Em postagem nas redes sociais, o arqueiro agradeceu o apoio dos times e do público e ressaltou que não esperava uma atitude como essa da polícia.

— É um momento muito difícil que a gente fica abalado psicologicamente. Eu estava no meu ambiente de trabalho e nunca imaginei que chegaria a este ponto — destacou. — Agora é continuar fazendo o que eu sempre faço da minha vida, que é trabalhar para melhorar cada vez mais e voltar a a jogar futebol o quanto antes.

A Polícia Militar de Goiás afirmou ter determinado a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) pela Corregedoria da corporação para apurar "com o devido rigor" a conduta do agente.

 

 
 
 
 
 
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Ao fim da partida, durante uma confusão no gramado do estádio Jonas Duartes, em Anápolis (GO), um PM da Companhia de Policiamento Especializado disparou um tiro de bala de borracha contra o goleiro.

A corporação pontuou que o tiro foi feito com munição de elastômero, conhecida como "bala de borracha", armamento menos letal, e disse estar comprometida com a apuração do caso.

"A Polícia Militar de Goiás reafirma seu compromisso com o cumprimento da lei e reitera que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros", diz a nota.

O Grêmio Anápolis prometeu tomar as "medidas cabíveis" e cobrou punição ao policial militar. Imagens da transmissão do jogo mostraram o momento em que goleiro Ramon Souza é atingido na perna pelo tiro.

O agente agiu "de forma covarde", afirmou o clube, que classificou o episódio como "lamentável, ridículo e revoltante".

A partida era válida pela 12ª rodada da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano. Em nota publicada nas redes sociais, o Grêmio Anápolis afirmou que o policial cometeu um "ato horrível, inacreditável e criminoso".

Citou, ainda, que a ação descrita como criminosa partiu "de alguém que deveria prezar pela segurança e integridade das pessoas" no estádio.

"O dia 10 de julho fica marcado por um ato violento, sujo e horrível contra um de nossos jogadores, o que jamais será esquecido", diz a nota. "O GEA informa que entrará com medidas cabíveis, para que o responsável seja punido e que a justiça seja feita, para que este ato CRIMINOSO, não fique impune".

Ramon Souza foi atendido ainda em campo pelo médico do clube, que realizou os primeiros socorros numa UTI móvel. O médico Diego Bento disse ao ge que o atleta teve uma lesão na coxa, no músculo e sofreu queimadura de terceiro grau na área atingida pelo disparo.

O jogador recebeu uma onda de mensagens de solidariedade nas redes sociais.

"Policial tem que ser demitido. Estamos contigo, meu goleiro", disse um internauta. "Força, guerreiro", escreveu outro. "Toda solidariedade pro homem que foi trabalhar e levou um tiro sem necessidade. Que isso não te abale, irmão. Deus contigo", afirmou um terceiro.

Em nota, o Ministério do Esporte classificou a ação do policial como "desproporcional e violenta". A pasta destacou que a atitude "é inaceitável e deve ser veementemente repudiada".