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EUA retoma o envio de bombas de 500 libras a Israel

O primeiro-ministro israelense acusou o governo dos EUA, seu principal apoio militar, de atrasar os envios de armas para seu país

Um homem palestino se apoia em almofadas enquanto está deitado na sombra dos escombros de um prédio destruído - Omar Al-Qattaa / AFP

Os Estados Unidos retomarão a entrega de bombas de 500 libras (cerca de 226 quilos) para Israel, suspensa em maio devido a preocupações de Washington com uma ofensiva em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, informou nesta quinta-feira (11) um funcionário do governo de Joe Biden.

A entrega foi interrompida devido à presença no mesmo envio de 1.800 bombas mais pesadas de 2.000 libras (cerca de 907 kg) e "o impacto que poderiam ter em zonas urbanas densamente povoadas", afirmou um alto funcionário do governo americano à época, em meio aos temores por uma operação terrestre significativa em Rafah.
 

"Deixamos claro que nossa preocupação era o uso final das bombas de 2.000 libras, especialmente antes da campanha de Israel em Rafah", disse nesta quinta-feira um funcionário dos EUA sob condição de anonimato.

"Devido à forma como esses envios são organizados, às vezes outras munições podem ser misturadas. Foi o que aconteceu com essas bombas de 500 libras", explicou.

"Dado que nossa preocupação não eram as bombas de 500 libras, a entrega poderá prosseguir pelo processo normal".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o governo dos EUA, seu principal apoio militar, de atrasar os envios de armas para seu país, que trava uma guerra contra o grupo islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

Funcionários americanos ficaram frustrados com a declaração e negaram categoricamente as acusações, argumentando que apenas essa entrega específica havia sido congelada.

No fim de junho, ambas as partes anunciaram "progressos significativos" sobre o assunto.

Biden ofereceu a Israel um apoio político e militar inabalável após o ataque do Hamas em 7 de outubro.

O presidente americano, entretanto, expressou publicamente algumas reservas sobre como Netanyahu conduz a ofensiva militar, devido à crise humanitária e ao alto número de civis palestinos mortos.