Equador

Mandante de assassinato de candidato a presidente do Equador pega 34 anos de prisão

Angulo é membro de uma das principais organizações criminosas do país

Julgamento sobre o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio no Equador - RODRIGO BUENDIA / AFP

A Justiça equatoriana condenou, em primeira instância, a 34 anos e oito meses de prisão, Carlos Angulo, responsável por ordenar de dentro da prisão o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, informou  o tribunal encarregado de julgar o crime nesta sexta-feira (12).

Angulo, membro de uma das principais organizações criminosas do país, foi condenado à "pena de 34 anos e oito meses de privação de liberdade", disse o juiz Milton Maroto ao ler a sentença.

Outra acusada, Laura Castillo, recebeu a mesma pena, por ter fornecido armas, dinheiro e veículos aos colombianos que mataram Villavicencio a tiros em 9 de agosto de 2023, quando ele saía de um comício em Quito.

Erick Ramírez, Víctor Flores e Alexandra Chimbo foram condenados como cúmplices a 12 anos de prisão cada um. A sentença, em primeira instância, pode ser contestada pelos réus.

Treze pessoas ficaram feridas no ataque, entre elas policiais, militares e apoiadores de Villavicencio.

"Precisamos conhecer toda a verdade, e que isso não volte a se repetir", publicou na rede social X Amanda Villavicencio, filha do candidato assassinado. "Não pensem que vamos nos contentar com esses cinco delinquentes."

Villavicencio foi um jornalista investigativo que trouxe à tona vários escândalos de corrupção. Suas descobertas respingaram em funcionários do alto escalão, entre eles aliados do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).

Entre as versões apresentadas no julgamento, iniciado em 25 de junho, uma testemunha protegida afirmou que "a cabeça" do candidato "valia 200 mil dólares [1,1 milhão de reais], e que o governo Correa estava envolvido no caso. O ex-presidente, que vive na Bélgica e é considerado um foragido no Equador, nega qualquer relação com o crime.