RELIGIOSIDADE

Festa do Carmo 2024: fiéis comparecem ao último dia do novenário, que antecede festa da padroeira

Missas acontecem durante todo o dia, na Basílica; programação cultural da Festa do Carmo 2024 se concentra no pátio

Celebração acontece na Basílica do Carmo, no centro do Recife - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

As comemorações da 328ª edição da Festa do Carmo andam a todo vapor neste domingo (14). Na basílica que leva o nome da santa, no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife, milhares de fiéis buscam refúgio, consolo e proteção na padroeira da Cidade.

Eles aproveitam o momento para agradecer bênçãos e pedir mais graças àquela que representa uma aparição da Ave Maria, no Monte Carmelo, em Israel.

Promovida pela Província Carmelitana Pernambucana e a Ordem dos Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, a festividade, este ano, tem como tema “Esperança dos Carmelitas... Peregrina conosco, em oração, rumo ao Jubileu” e o lema “Permaneciam unânimes na oração, Maria, a mãe de Jesus, e seus irmãos”.

Todo o dia é regado de programação religiosa, com missas que reúnem os católicos apostólicos romanos para o momento de fé, palavras e louvores.

No encontro das 15h, onde aconteceu a Santa Missa Votiva a Nossa Senhora do Carmo, o público cumpriu as promessas e reafirmou os compromissos de adoração a Deus e admiração à Virgem.

O momento foi presidido pelo Frei Marcelo Araújo de Lima, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFMCap), que também é reitor da basílica. Durante o encontro, ele falou sobre a fé na Virgem do Carmo e a importância de priorizar o Reino de Deus.

O frei Renato Marques, frade capuchinho da Penha, destacou que o período da Festa do Carmo é de confraternização do povo recifense. Ele descreve o momento como um ‘retiro espiritual’, onde os fiéis se preparam pra o dia 16 de julho, no qual se comemora, de fato, o Dia de Nossa Senhora do Carmo.

“É tempo de renovar nossa fé e imitar Maria para sermos melhores cristãos. Quando a gente vê no olhar das pessoas, enxergamos muita sinceridade. É uma devoção que aponta para Cristo. Quando as pessoas contam as experiências, vemos o senso de fé das pessoas, onde elas, de verdade, creem que, mesmo com as dificuldades, Deus não as abandona. Elas aproveitam a Festa do Carmo para renovar as forças e enfrentar a dureza da vida”, revela.

A líder de produção Rosângela Pinheiro, de 57 anos, saiu do bairro de Brasília Teimosa para ter um momento de comunhão com Deus e os irmãos. Pinheiro pediu por uma tia que está enferma.

“Eu estou passando por uma dificuldade muito grande. Muito emocionada. Vim muito aperreada e estou pedindo paz a Nossa Senhora do Carmo e agora eu estou sentindo. As lágrimas que caem do meu rosto são de paz e refrigério. Tenho fé que, quando chegar em casa, vou encontrar minha tia bem”, falou, emocionada.

“Eu não perco uma edição dessa festa. É bom quando a população vem buscar essa proteção na mãe das mães, aquela que pode fazer o impossível acontecer. Deus e ela são merecedores da nossa devoção. Viva Nossa Senhora do Carmo!”, exclamou o auxiliar de pedreiro Guilherme Souza, de 38 anos.

Programação
Durante as comemorações da Festa do Carmo, todos os dias são regados de programação dedicada à santa. Hoje, às 18h, acontece a Novena Solene de Nossa Senhora do Carmo, presidida pelo reitor da Basílica do Carmo, Frei Cidmário Bezerra.

A programação cultural, no Pátio do Carmo, fica por conta do DJ Roony Moura. A apresentação musical começa às 19h. Na oportunidade, o público também poderá se alegrar em Deus e cantar as músicas, em agradecimento à Nossa Senhora do Carmo.

Padroeira por devoção popular
Incontestavelmente, a Festa do Carmo é a maior celebração religiosa da capital. O padroeiro oficial da cidade é o Santo Antônio, mas a história relata que os recifenses pediram ao Papa Pio X, em 1908, que a santa fosse considerada como padroeira da cidade.

Em 16 de julho de 1909, o pedido foi atendido, quando houve a solene proclamação da santa na cidade. 10 anos depois, ela foi coroada canonicamente como a padroeira, enquanto o arcebispo de Olinda e Recife daquela época, Dom Sebastião Cosme, responsável pela coroação, assistiu a cerimônia em uma tribuna especial, enquanto o arcebispo primaz do Brasil, Dom Jerônimo Tomé, comandava o rito.