China afirma que quer facilitar a 'reconciliação' palestina
"A China apoia todas as partes palestinas com o objetivo de alcançar a unidade por meio do diálogo e da negociação", ressaltou um porta-voz da diplomacia
A China afirmou nesta terça-feira (16) que deseja facilitar a "reconciliação" entre os dois principais grupos palestinos rivais, após o Fatah indicar que seus representantes se reunirão em Pequim com emissários do movimento islamista Hamas.
O Fatah, que governa na Cisjordânia ocupada e foi fundado pelo histórico líder palestino Yasser Arafat, informou que uma delegação sua e outra do Hamas se reunirão em Pequim com altos funcionários chineses nos dias 20 e 21 de julho.
O Hamas, que governa em Gaza e está em guerra contra Israel, confirmou que participará de um diálogo em Pequim neste fim de semana, no âmbito de uma reunião que incluirá as "diferentes facções palestinas".
"O movimento respondeu positivamente e com um [sentimento] de responsabilidade nacional", declarou Hosam Badran, membro do comitê político do Hamas, em um comunicado.
Badran acrescentou que o Hamas deseja trabalhar em prol de "uma unidade nacional digna do nosso povo palestino [...], especialmente após a batalha do Dilúvio de Al Aqsa", nome que o grupo deu ao seu ataque de 7 de outubro em Israel, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
Questionado nesta terça-feira, um porta-voz da diplomacia chinesa, Lin Jian, não confirmou formalmente o encontro em Pequim, mas disse que a China publicará "informações a seu devido tempo".
"A China apoia todas as partes palestinas com o objetivo de alcançar a reconciliação e a unidade por meio do diálogo e da negociação", ressaltou Lin, especificando que Pequim está disponível para "criar oportunidades" a fim de atingir esse objetivo.
Conflito
Os dois movimentos estão em confronto desde que o Hamas - considerado uma organização terrorista por Israel, União Europeia e Estados Unidos - ganhou as eleições legislativas em 2006.
Depois de mais de um ano de crise política e violência, o Hamas expulsou a Autoridade Palestina da Faixa de Gaza, mas a guerra entre Israel e Hamas fez com que os apelos ao diálogo fossem retomados.
O conflito eclodiu quando comandos islamistas mataram em outubro 1.195 pessoas, em sua maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um levantamento baseado em dados oficiais israelenses.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 38.713 pessoas em Gaza, também a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.
Fatah e Hamas já foram recebidos em Pequim no final de abril, quando a diplomacia chinesa considerou que o diálogo era encorajador, expressando a esperança de poder contribuir para uma "reconciliação intrapalestina".
O gigante asiático apoia há muito tempo a causa palestina, embora mantenha boas relações com Israel.