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Bolsonaro e Ramagem aparecem juntos em vídeo após divulgação de áudio apreendido pela PF

Mídia de Bolsonaro e Ramagem será veiculada pelos bolsonaristas nesta quarta (17), data em que Ramagem será ouvido pela PF sobre o caso

Bolsonaro e Ramagem aparecem juntos em vídeo após divulgação de áudio apreendido pela PF - Instagram/Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou uma mensagem, nesta quarta-feira (17), ao lado do pré-candidato à prefeitura do Rio, Alexandre Ramagem, na qual convida eleitores para atos na capital fluminense a partir desta quinta.

Trata-se da primeira aparição dos dois juntos, desde a divulgação de um áudio que mostra Ramagem, Bolsonaro, o general Augusto Heleno e duas advogadas discutindo a participação de auditores da Receita Federal na elaboração de um relatório de inteligência fiscal que originou justamente o inquérito das "rachadinhas" contra Flávio.

 

 
 
 
 
 
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Ramagem afirma que o áudio foi feito com o conhecimento do ex-presidente para "registrar um crime", que, segundo ele, acabou não acontecendo. Os aliados de Bolsonaro garantem que o ex-presidente não sabia que o arquivo seguia armazenado no celular de Ramagem que foi apreendido pela Polícia Federal.

O conteúdo, entretanto, reforçaria o discurso de "perseguição política" e, por isso, não põe fim à candidatura de Ramagem. Ao saber da existência da gravação, Bolsonaro teria se mostrado irritado e chegou-se a especular que Ramagem poderia ser rifado.

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vai prestar depoimento nesta quarta-feira à Polícia Federal (PF) sobre a investigação que apura um suposto esquema de espionagem ilegal praticada durante o governo Jair Bolsonaro. É a primeira vez que ele será ouvido pela PF no caso.

Segundo as investigações, Ramagem era o responsável por comandar uma "estrutura paralela" montada dentro da Abin para monitorar e produzir dossiês contra adversários do governo Bolsonaro, entre eles ministros do Supremo Tribunal Federal, parlamentares, jornalistas e servidores públicos.

O interrogatório foi marcado para as 15 horas desta quarta-feira na superintendência da PF no Rio de Janeiro. Ele está na capital promovendo a sua pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro.

Em texto publicado na rede X, Ramagem negou as irregularidades e afirmou que a última operação da PF "despreza os fins de uma investigação" e busca "apenas levar à imprensa ilações e rasas conjecturas". "Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas na verdade não.

Não se encontram em first mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de whatsapp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade", escreveu ele.

Ramagem deve ser perguntado pela PF sobre o material apreendido em seus endereços em janeiro deste ano, quando ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão autorizado pelo ministro Alexandre Moraes, do STF.

Entre os arquivos, há rascunhos feitos pelo deputado federal intitulados “presidente” e “presidente 2”, além de um relatório com informações de uma operação da Abin.