Moeda

Tem as primeiras cédulas do real na carteira? Elas podem se tornar itens de colecionador; entenda

Notas da primeira família do real, que vão sair de circulação, podem ser vendidas por até R$ 5.000 para colecionadores, desde que estejam sem dobras ou marcas de uso

Notas e moedas de real - Pixabay

O Banco Central do Brasil determinou que as notas da primeira família do real, lançadas em 1994, vão sair de circulação.

Mas quando o assunto é colecionador, seu valor pode até aumentar. Caso estejam em perfeitas condições, alguns modelos dessas cédulas podem valer até R$ 5.000.

Conforme estabelecido pela Instrução Normativa BCB Nº 488, os bancos serão os responsáveis pelo recolhimento das cédulas.

Ao receber as notas, as instituições financeiras devem encaminhar para a autoridade monetária para substituí-las por novas. São notas que representam o mesmo valor que as recolhidas, só serão mais novinhas.

Enquanto essa troca acontece, a população pode continuar utilizando-as normalmente nas suas transações diárias, tanto para pagamentos como recebimentos.

Ou seja, nada muda para o brasileiro. Nem vai faltar dinheiro.

Assinaturas de ministros
Nesse meio-tempo, quem encontrar uma nota da primeira família do real nova, sem dobras ou outras marcas de uso, pode ter um item de colecionador em mãos.

De acordo com João Marcelo Arriola, proprietário do portal Casa do Colecionador de Curitiba, essas notas já circulam com valores expressivos entre os colecionadores, a depender do modelo e de qual ministro da Fazenda a assinou.

— São cédulas que no mundo do colecionador, se elas forem novas e sem dobras, podem ser extremamente valorizadas. As que contam com assinaturas dos ex-ministros Ciro Gomes e Pedro Malan já estão bem escassas no mercado hoje em dia. Tem alguns ministros que ficaram muito pouco tempo assinando cédulas, então são poucas peças que existem com a assinatura deles. Um outro exemplo é Rubens Ricupero. Com esse encerramento da circulação, sem sombra de dúvidas vai aumentar a demanda e teremos uma boa valorização dessas peças — diz Arriola.

Ele explica que existe um catálogo que rege o mercado do colecionismo, definindos os valores de cada modelo.

A cédula mais rara do Plano Real, de acordo com o colecionador, é a de R$ 100 com assinatura de Rubens Ricupero e Pedro Malan sem a frase "Deus seja louvado".

— Uma nota dessas em perfeito estado de conservação pode chegar até R$ 5.000. Mas tem que ser o que a gente chama de 'flor de estampa', que é a nota nova, que nunca foi dobrada.

Outra nota que é uma das mais raras é a de R$ 50, com assinatura de Pérsio Arida.

Vida útil
Já o modelo mais raro de nota de R$ 1 traz as letras BA no registro da série e as assinaturas de Pedro Malan e Gustavo Loyola.

Outros tipos de notas, que são mais comuns, podem ser vendidas por cerca de R$ 10 e R$ 15, como explica Arriola.

A decisão de recolhimento acontece, pois as cédulas possuem um tempo de vida útil que interfere nas condições físicas.

Cédulas em condições não adequadas à circulação geram dificuldades logísticas para toda a cadeia de execução dos serviços de meio circulante e também dificultam o reconhecimento de seus elementos de segurança por parte da população.

A primeira família do real foi lançada em 1994, ao substituir o cruzeiro real.

De acordo com o Banco Central, as cédulas da primeira família correspondem a 3% das notas em circulação.

Entre as notas a serem recolhidas está a de R$ 10 em polímero comemorativa aos 500 Anos do Descobrimento do Brasil.