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EUA desenvolverá semicondutores com vários países latino-americanos

O governo do presidente americano, Joe Biden, quer promover a produção e o abastecimento em países aliados

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken - Olivier Douliery / AFP

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, anunciou, nesta quarta-feira (17), uma iniciativa para desenvolver semicondutores nas Américas, com alianças com países como México, Panamá e Costa Rica, ao receber os seus homólogos da Apep em Washington.

O anúncio surge em um momento em que Estados Unidos e China, o seu principal rival, travam uma batalha para dominar estes componentes essenciais para muitos dispositivos eletrônicos, como telefones, computadores, drones e equipamento militar.

"Hoje tenho o prazer de anunciar (…) a iniciativa de semicondutores do Hemisfério Ocidental" que aumentará "a capacidade dos países de montar, testar e embalar semicondutores, começando por México, Panamá e Costa Rica", declarou Blinken no início da reunião.

O governo do presidente americano, Joe Biden, quer promover a produção e o abastecimento em países aliados como os da Aliança para a Prosperidade Econômica nas Américas (Apep).

Este fórum, lançado em 2022 para promover o desenvolvimento e de alguma forma neutralizar a influência chinesa na América Latina, é composto por Estados Unidos, Canadá, México, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Peru, República Dominicana, Panamá, Uruguai e Barbados.

Desde a sua criação, a Aliança se concentra na diversificação e fortalecimento das cadeias de abastecimento, essenciais para o desenvolvimento regional e que sofreram graves perturbações devido à pandemia de covid-19.

"Foram lançadas as bases para 3 bilhões de dólares (cerca de 16,3 bilhões de reais na cotação atual) em projetos de alto nível, sustentáveis e estrategicamente significativos, melhorando a espinha dorsal das nossas cadeias de abastecimento", disse Blinken.

Por enquanto, foram fornecidos assistência técnica e financiamento para atrair investimentos do setor privado e infraestruturas nas Américas.

Entre as conquistas, também se destacou a criação na Costa Rica de um centro de excelência para preparar trabalhadores de toda a América a serem mais competitivos nas áreas de alta tecnologia do futuro, da segurança cibernética à inteligência artificial.

Estados Unidos, Canadá e Uruguai também criaram um acelerador regional para recrutar e formar 715 empreendedores de toda a região, afirmou.

Energias limpas 
O desenvolvimento de energias limpas para promover a descarbonização é outro dos objetivos da Apep.

"Criamos um grupo de trabalho sobre hidrogênio limpo" para contribuir para o crescimento desta fonte de energia renovável no continente, lembrou o secretário de Estado.

O hidrogênio verde não emite gases de efeito estufa e oferece a oportunidade de descarbonizar setores onde a eletrificação não seria viável, como o industrial ou de transporte pesado.

Também melhora a segurança energética, quando armazenado por longos períodos, além da segurança alimentar, uma vez que pode ser usado para produzir amônia verde, que é utilizada como fertilizante.

Os países da Apep realizarão uma cúpula no próximo ano na Costa Rica, depois da de novembro passado em Washington, e estão "ansiosos para acrescentar mais parceiros", disse Blinken.

Os chanceleres certamente aproveitarão a oportunidade para abordar uma das preocupações da região, a migração irregular, que se tornou uma questão central na campanha para as eleições de novembro nos Estados Unidos.