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Ouro fecha em queda, pressionado por alta do dólar e dos juros dos Treasuries

O ouro para agosto fechou em baixa de 0,14%, em US$ 2.456,40 a onça-troy, na Comex

Ouro fecha em queda, pressionado por alta do dólar e dos juros dos Treasuries - Freepik

O ouro fechou em queda, pressionado pela alta do dólar e dos juros dos Treasuries.

O movimento ocorreu em face de perspectivas de diferencial dos juros entre Estados Unidos e Europa, além de incertezas quanto ao cenário político americano, colocando em segundo plano a consolidação de expectativas por cortes de juros do Federal Reserve (Fed).

O ouro para agosto fechou em baixa de 0,14%, em US$ 2.456,40 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Os preços do ouro operaram em alta modesta durante parte da manhã, mas passaram a perder fôlego e inverteram sinal à tarde, conforme o dólar e os juros dos Treasuries ampliaram ganhos no exterior.

Os ativos americanos foram beneficiados hoje pela perspectiva de diferencial de juros em relação a pares europeus, ante expectativas de cortes de juros em breve pelo Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).

Geralmente, o dólar e os juros dos Treasuries competem com o metal precioso pela demanda por segurança, e parecem ter se beneficiado das incertezas quanto ao cenário político dos EUA.

Crescem na mídia americana rumores de que o presidente Joe Biden pode estar perto de desistir da candidatura nas eleições pelo Partido Democrata, conforme perde apoio de aliados importantes, apesar da campanha reiterar publicamente que não há mudança de planos até o momento.

Em nota, analistas do JPMorgan apontam que o principal catalisador para ganhos recentes do ouro tem sido o aumento na probabilidade de vitória do ex-presidente e candidato republicano Donald Trump.

"Uma segunda presidência de Trump, na medida em que implique políticas tarifárias e comerciais agressivas, é vista pelo mercado como tendo a probabilidade de acelerar a diversificação dos títulos dos EUA para o ouro por parte dos BCs dos mercados emergentes - particularmente o da China", escreveram.

Este cenário colocou em segundo plano a consolidação das expectativas por cortes de juros pelo Fed, após avanço maior que o esperado nos pedidos semanais de auxílio-desemprego e comentários do presidente da distrital de Chicago, Austan Goolsbee - que disse "finalmente" ver uma desaceleração nos preços residenciais e de serviços.

Para o TD Securities, a flexibilização monetária do BC americano já está precificada e deve oferecer pouco ímpeto para o ouro nos próximos meses, diante também da "perda de fôlego" de compradores da Ásia no curto prazo.