Sonecas

Cientistas surpresos: partes do cérebro tiram pequenas sonecas enquanto o resto dele está acordado

O estudo, realizado em ratos, foi publicado na revista científica Nature Neuroscience.

Os pesquisadores acreditam que a descoberta com a técnica possibilitará a obtenção informações como novos experimentos para entender o que é estar realmente acordado ou dormindo. - Pexels/Reprodução

Diferente do que se acreditava até o atual momento sobre o estado de consciência do cérebro durante o período de vigília (ou desperto), pesquisadores descobriram que em camundongos partes do órgão dão "mini cochilos" enquanto o restante permanece acordado.

O novo estudo foi publicado na revista científica Nature Neuroscience.

"Foi surpreendente para nós, cientistas, descobrir que diferentes partes do nosso cérebro realmente tiram pequenos cochilos quando o resto do cérebro está acordado", diz David Haussler, bioinformático da Universidade da Califórnia (UC) em Santa Cruz, nos Estados Unidos, e autor sênior do estudo, em comunicado.

A equipe coletou informações de nove ratos. Eles tiveram eletrodos de fio fino implantados em 10 regiões cerebrais diferentes. A partir disso, esses dados foram analisados por uma rede neural artificial, a qual consegue distinguir entre estados de sono e vigília (pessoa desperta).

Alguns sinais sugeriram que parte do cérebro dos animais cochilava enquanto o restante permanecia ativas e acordadas. Isso se deu em períodos em que o animal parava de se mover por uma fração de segundo (algo como estar "desconectado" do ambiente ao redor dele).

"Pudemos observar os pontos de tempo individuais em que esses neurônios disparavam, e ficou bem claro que [os neurônios] estavam em transição para um estado diferente. Em alguns casos, essas oscilações podem estar restritas à área de apenas uma região individual do cérebro, talvez até menores que isso", explica Aiden Schneider, biólogo computacional da Universidade de Washington em St. Louis, que coliderou o estudo com David Parks, um estudante de pós-graduação em ciência da computação na UC Santa Cruz.

A equipe acredita que seu novo método de medição dos estados de sono e vigília pode revelar novos segredos sobre como dormimos, se essas "oscilações" puderem ser observadas por outros grupos de pesquisa.

"Eles [os flickers] quebram as regras que você esperaria com base em cem anos de literatura", diz o neurocientista Keith Hengen, da Universidade de Washington, em St. Louis.

Uma pesquisa anterior, da Brown University, nos EUA, mostrou que na primeira noite em que participantes adomerceram em um local desconhecido, o lado esquerdo do cérebro estava mais alerta a sons do ambiente ao redor do que o direito. A partir do momento em que as pessoas se acostumaram ao lugar, a diferença diminuiu.

Os pesquisadores acreditam que a descoberta com a técnica possibilitará a obtenção informações como novos experimentos para entender o que é estar realmente acordado ou dormindo.