LAMPIÃO

"O Massacre de Angico- A morte de Lampião": espetáculo gratuito em Serra Talhada(PE)

Considerado o maior espetáculo ao livre dos Sertões, as apresentações serão de quarta-feira (24/07) até domingo (28/07), na Estação do Forró, no centro de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco

Lampião e Maria Bonita - Foto: José Moreno

O espetáculo "O Massacre de Angico - A Morte de Lampião", o maior teatro ao ar livre do sertão pernambucano, com apresentação gratuita, vai da próxima quarta-feira (24) até domingo (28), em Serra Talhada(PE).

O espetáculo retrata a história de vida do cangaceiro, seus amores e conflitos, com a saga de Lampião e Maria Bonita, até a emboscada e morte na grota de Angico(SE), em 28 de julho de 1938. A área cenográfica que remete aos fatos da história de Virgolino Ferreira.

O diretor do "O Massacre de Angico - A Morte de Lampião", Izaltino Caetano conversou com Jota Batista, âncora da Rádio Folha 96,7 FM, sobre as novidades e detalhes do espetáculo. Ele destaca que no texto atual o público vai conhecer um Lampião mais humano.

 

O espetáculo O Massacre de Angico - A Morte de Lampião é sempre às 20h, na Estação do Forró, no centro de Serra Talhada. Neste período a rede hoteleira de Serra Talhada,Triunfo e outras cidades da região aumentam a oferta de leitos para a demanda de turistas.

 

Lampião e Maria Bonita/ Foto: José Moreno

"O Massacre de Angico - A Morte de Lampião" foi criado, em 2012, tendo como diretor José Pimentel, que atuou na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e do Recife. O diretor atual é Izaltino Caetano e o texto atualizado é de Anildomá Willans de Souza, renomado pesquisador do Cangaço.

Diretor Izaltino Caetano/ Foto: Ellen Santos

 

"O texto de Anildomá, traz um Lampião mais humano, que pensa, que poetiza, que ama, que trabalha no coletivo, que respeita o feminismo...um outro Lampião diferente do que a história retrata. Pimentel usava muito realismo, agora é uma coisa mais simbólica, mais plástica, uma nova linguagem que eu inseri. Este ano nós temos três surpresas, com muitas cenas impactantes". Ressalta o diretor Izaltino Caetano.

 

Karl Marx, no papel de Lampião/ Foto: José Moreno

"O Massacre de Angico - A Morte de Lampião", tem 130 pessoas em cena, com um elenco de 30 atores e 70 figurantes, além da equipe técnica, que trabalha com muita dedicação. 

"Este ano com a mudança da protagonista que é Maria Bonita, de Roberta Aureliano para Bruna Frorie, mexeu com todo mundo, para adaptação às mudanças. É um espetáculo grandioso, que honra o Estado de Pernambuco, honra o Sertão. É uma equipe aguerrida de 30 atores. 85% de Serra talhada e região."

 

A atriz Bruna Florie, de Triunfo, que faz o papel de Maria Bonita pela primeira vez, apresenta a sua perspectiva da personagem, nova e intensa.

“A experiência de interpretar uma personagem tão forte como Maria Bonita tem sido um presente. Me permite pensar o sertão pajeuzeiro, pela perspectiva do povo forte, que por aqui passou, e lutou pelo coletivo e pela justiça social. Considero-me uma ‘neocangaceira’  porque também, luto por igualdade social. Porém, nossas armas são: a educação, a arte e a cultura”

Atriz Bruna Florie, no papel de Maria Bonita/ Foto: José Moreno

Já o ator Karl Marx incorpora Lampião desde a primeira temporada. A sua experiência artística e o seu talento transbordam, encantando o público. A narrativa também será enriquecida com a participação de novos talentos tais como Otávio Alexandre e João Diniz interpretando os cangaceiros Zé Sereno e Luiz Pedro, respectivamente.

O elenco ainda conta com Jean Magalhães interpretando Padre Cícero, Romualdo Freitas como Antônio Conselheiro, Feliciano Felix, que interpreta o presidente Getúlio Vargas, e a presença de atrizes e atores veteranos como Dany Feitosa, Anny Garnets, Sandino Lamarca, Jadenilson Gomes e Carlos Sett, que têm sido pilares importantes do espetáculo desde a primeira edição.

De acordo com a presidente da Fundação Cultural Cabras de Lampião, Cleonice Maria, O Massacre de Angico - A Morte de Lampião apresenta uma visão humana do Rei do Cangaço e de Maria Bonita.

“Trata-se de um Lampião diferente: mais gente, um Lampião com alma, que fala de morte sim, mas também de amor; que desafia o inimigo com um punhal, mas, ao clarão da lua sertaneja, declara-se poeticamente à mulher amada. Essa é a proposta do espetáculo”, explicou ela. 

 

O Massacre de Angico - A Morte de Lampião tem apoio cultural do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), através da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), do Governo de Pernambuco. O projeto tem como patrocínio oficial: Lei de Incentivo à Cultura, Banco do Nordeste, Empetur e Secretaria de Turismo e Lazer, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.

História - O espetáculo reconta a vida do Rei do Cangaço, Lampião, desde o desentendimento inicial de sua família com o vizinho fazendeiro, Zé Saturnino, ainda em Serra Talhada, até a sua morte. Na história, para evitar uma tragédia, o pai, Zé Ferreira, foge com os filhos para Alagoas, mas acaba sendo assassinado por vingança.

Revoltados e querendo fazer justiça com as próprias mãos, Virgolino Ferreira da Silva e seus irmãos se entregam ao Cangaço, movimento que deixou políticos, coronéis e fazendeiros apavorados nas décadas de 1920 e 1930, no Nordeste. Temidos por uns e idolatrados por outros, os cangaceiros serviram como denunciantes das péssimas condições sociais da época.

Para mais informações, basta acessar o site Museu do Cangaço  ou o Instagram:  @massacredeangico