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"Vingança": defensor de direitos humanos é assassinado no México

Lorenzo Santos Torres foi executado a tiros e morreu junto à mulher e à filha enquanto viajavam de carro

Indígenas no México - Luis Acosta/AFP

Um defensor mexicano dos direitos dos indígenas, sua esposa e sua filha foram assassinados por desconhecidos que metralharam o veículo em que viajavam e depois o incendiaram, informou na sexta-feira a Procuradoria de Oaxaca, no sul do México.

Lorenzo Santos Torres viajava na quinta-feira em uma caminhonete com sua família por uma estrada que segue a costa do Pacífico quando foi interceptado e executado a tiros. Em seguida, os agressores atearam fogo ao veículo com os quatro passageiros dentro, indicou a procuradoria.

 

"Reprovamos a forma violenta com que o crime foi cometido", que pode ter sido motivado por uma "vingança", disse em breves declarações à imprensa o procurador estadual, Bernardo Rodríguez Alamilla.

Santos Torres, de 53 anos, um ativo defensor dos direitos humanos em Oaxaca, havia recebido medidas cautelares da Comissão Interamericana de Direitos Humanos em 2013, mas elas perderam vigência em 2022.

Segundo o Centro de Direitos Humanos e Assessoria aos Povos Indígenas (Cedhapi), o ativista havia sido ameaçado por defender os direitos políticos e sociais e as terras de comunidades indígenas.

"Lorenzo Santos Torres se opunha contra as injustiças cometidas pelas autoridades municipais de Santiago Amoltepec", afirmou a organização, que exigiu que os responsáveis sejam punidos.

Em um contexto de violência ligada ao tráfico de drogas e disputas ancestrais por terras agrícolas no México, vários ativistas de direitos humanos foram assassinados nos últimos anos.