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Donald Trump: autor do atentado tinha drone no carro para explorar o local

Investigações apontam que Thomas Crooks, de 20 anos, usou o dispositivo sobre a área do comício de Trump dias antes

Donald Trump - Patrick T. Fallon/AFP

Após a tentativa de assassinato contra o ex-presidente americano Donald Trump, no dia 13 de julho, investigadores encontraram um pequeno drone no carro do atirador que tentou assassinar o republicano.

As autoridades acreditam que o aparelho tenha sido usado para inspecionar o local do comício de Trump em Butler, na Pensilvânia, pelo menos uma vez antes do atentado, de acordo com fontes policiais.

Segundo as investigações, em 7 de julho, Thomas Crooks, de 20 anos, visitou a área próxima ao local que seria usado para a realização do comício seis dias depois.

As informações apontam ainda que o jovem pode ter feito outra viagem na manhã do atentado, pelo que mostram os dados de geolocalização encontrados em um de seus dois celulares.

Em algum momento no dia 13, Crooks parece ter pilotado o drone para coletar imagens a fim de criar um layout do terreno do Butler Farm Show, usando uma rota de voo pré-programada, relatou uma autoridade informada sobre a situação, que pediu anonimato por não estar autorizada a falar sobre a investigação em andamento.

A descoberta do drone foi adiada quando os investigadores encontraram dois dispositivos explosivos rudimentares no veículo do rapaz, um Hyundai Sonata, logo após Crooks — um jovem formado em uma faculdade comunitária e altamente inteligente e tecnologicamente sofisticado — ter sido abatido por um atirador de elite.

No automóvel, os investigadores também encontraram vários carregadores para o rifle que ele usava e um colete à prova de balas. Nos últimos dias, técnicos do FBI analisaram o drone em laboratório, junto a dois telefones e outros dispositivos eletrônicos de Crooks, na esperança de determinar seu motivo.

Até agora, não foram encontradas evidências de que ele foi motivado por quaisquer convicções políticas partidárias contrárias a Trump. Também não foram descobertas evidências de co-conspiradores ou de envolvimento de governos estrangeiros.

Altos funcionários do departamento disseram aos membros do Congresso, nesta quarta-feira, que Crooks havia procurado imagens de Trump e do presidente Joe Biden em seus dispositivos e também pesquisou datas de eventos da campanha de Trump, juntamente com a Convenção Nacional Democrata em Chicago, que acontece no mês que vem.

O uso do drone para fornecer uma vista aérea do local de Butler foi relatado anteriormente pelo The Wall Street Journal.

Os depoimentos dos pais de Crooks relatam que, em 12 de julho, um dia antes do comício, o jovem passou boa parte do dia no campo de tiro. Em 13 de julho, ele foi à loja Home Depot, às 9h30, para comprar uma escada. O rapaz também comprou 50 cartuchos de munição e dirigiu até o comício.

Os investigadores não acreditam que ele tenha usado uma escada para subir ao telhado do armazém que usava como poleiro, a cerca de 137 metros do púlpito de Trump, do lado de fora do perímetro oficial do comício.

Um vídeo exibido por uma emissora de TV da área de Pittsburgh mostrou Crooks, de mão no bolso, caminhando pelo perímetro do armazém pouco antes de Trump subir ao palco.

O Serviço Secreto não tentou usar drones para fornecer aos agentes vistas aéreas do comício, de acordo com uma declaração da Administração Federal de Aviação.

O contingente de segurança responsável por proteger o candidato também não solicitou uma dispensa da FAA necessária para conduzir operações de drones em espaço aéreo restrito, como é normalmente posto em prática quando um ex-presidente está aparecendo ao ar livre, disse um porta-voz da agência.