Rússia condena jornalista russo-americana a seis anos e meio de prisão
Alsu Kurmasheva foi condenada por "informações falsas" sobre a atuação do Exército da Rússia na Ucrânia
Um tribunal da Rússia condenou a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva a seis anos e meio de prisão por difundir "informações falsas" sobre a atuação do Exército da Rússia na Ucrânia, informou um porta-voz judicial à AFP nesta segunda-feira (22).
"Alsu Kurmasheva foi condenada a seis anos e seis meses" de reclusão, declarou Natalya Loseva, porta-voz do Supremo Tribunal do Tartaristão, sem ter informado previamente a data da audiência.
"Este julgamento secreto e esta condenação são uma paródia de justiça. O único resultado justo seria a libertação imediata de Alsu", disse Stephen Capus, presidente da Radio Free Europe/Radio Liberty, o veículo de comunicação americano no qual a repórter trabalha.
Kurmasheva, de 47 anos, foi detida em outubro de 2023 por não ter sido inscrita como "agente estrangeira", um status que impõe uma longa série de limitações administrativas.
A jornalista, que morava em Praga com seu marido e suas duas filhas, havia viajado à Rússia para visitar sua avó doente, mas não pôde sair do país já que as autoridades confiscaram seus dois passaportes, o russo e o americano.
Na sexta-feira (19), um tribunal russo condenou o jornalista americano Evan Gershkovich a 16 anos de prisão por espionagem, uma acusação que tanto ele quanto o Wall Street Jornal, onde trabalha, e a Casa Branca negam.
Gershkovich, de 32 anos, cumprirá sua pena em uma colônia penal de "regime estrito", de acordo com a sentença proferida pelo juiz Andrei Mineyev, do tribunal de Ekaterimburgo.