MERCADO

Petróleo ignora tensões geopolíticas e segue em queda

O preço do barril de petróleo Brent do Mar do Norte recuou 0,27%, fechando a US$ 82,40

Petróleo ignora tensões geopolíticas e segue em queda - Helmut Otto/Agência Petrobras

As cotações do petróleo ignoraram as novas tensões geopolíticas no Oriente Médio e seguiram em queda nesta segunda-feira (22), atingindo o nível mais baixo em mais de um mês.

O preço do barril de petróleo Brent do Mar do Norte, referência na Europa e para entrega em setembro, recuou 0,27%, fechando a US$ 82,40.

O West Texas Intermediate (WTI), negociado no mercado americano com vencimento em agosto, caiu 0,43%, chegando a US$ 79,78.

Esta é a primeira vez desde meados de junho que o WTI fecha abaixo da marca de US$ 80. O petróleo não reagiu à escalada entre Israel e os rebeldes huthis do Iêmen.

Após um ataque com drones sobre Tel Aviv reivindicado pelos huthis, que resultou na morte de uma pessoa na sexta-feira, Israel retaliou com bombardeios que atingiram uma usina elétrica e depósitos de combustível no porto de Hodeida no sábado.

Além disso, na província russa de Krasnodar (sudoeste), a refinaria de Tuapse foi alvo de vários drones que causaram um incêndio.

Cerca de 90% da produção desta refinaria, pertencente ao grupo russo Rosneft, é destinada à exportação, conforme informou uma fonte dos serviços de defesa ucranianos à AFP.

Apesar desses eventos, "os preços não subiram", observou Bart Melek, da TD Securities, porque "o mercado está mais preocupado com o excesso de oferta".

"Existe uma opinião cada vez mais ampla", acrescentou o analista, "de que, na ausência de uma recuperação real na China e com uma desaceleração significativa na economia dos Estados Unidos, há risco de termos mais petróleo que o necessário".

"Assim, muitos dos que estavam apostando na alta estão recuando", disse Melek.

Os analistas da TD Securities preveem que o preço do WTI continuará caindo para cerca de 78 dólares o barril.

Para Matt Britzman, da Hargreaves Lansdown, no entanto, é improvável que os preços do petróleo despenquem, apoiados pela perspectiva de novos cortes nas taxas de juros por parte do banco central americano, o Federal Reserve (Fed).