EXAME DE SANGUE

Novo exame de sangue prevê câncer, insuficiência cardíaca e 65 outras doenças

O estudo sobre a descoberta foi publicado na revista científica Nature Medicine

Exame de sangue - Freepik

Um novo exame de sangue consegue utilizar proteínas para prever o início de 67 doenças, dentre elas linfoma não-Hodgkin (câncer no sistema linfático), insuficiência cardíaca e doença do neurônio motor. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira (22) na revista científica Nature Medicine, fruto de uma parceria internacional entre a farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK), a Queen Mary University of London, a University College London, a Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e o Berlin Institute of Health da Charité Universitätsmedizin, na Alemanha.

A partir de técnicas avançadas foi possível identificar uma "assinatura" entre as proteínas relacionadas a cada doença presentes no sangue e prever a probabilidade no período de 10 anos de pacientes as desenvolverem. Para isso, a equipe de pesquisadores utilizou dados de cerca de 40 mil participantes.

De acordo com a equipe de pesquisadores responsável pelo estudo, a descoberta possibilita a previsão antecipada do desenvolvimento de condições que podem levar meses ou anos até serem diagnosticadas.

Julia Carrasco Zanini Sanchez, estudante de pesquisa na GSK e na Universidade de Cambridge na época e atualmente pesquisadora de pós-doutorado na Universidade Queen Mary de Londres disse:

“Várias de nossas assinaturas de proteína tiveram desempenho semelhante ou até melhor do que proteínas já testadas por seu potencial como testes de triagem, como um antígeno específico da próstata para câncer de próstata. Portanto, estamos extremamente animados com as oportunidades que nossas assinaturas de proteína podem ter para detecção precoce e, finalmente, melhor prognóstico para muitas doenças, incluindo condições graves, como mieloma múltiplo e fibrose pulmonar idiopática."

Lista com as 67 doenças detectáveis através das proteínas presentes no sangue:

Hiperparatireoidismo Diabetes tipo 2 Diabetes tipo 1 Hipertireoidismo Hipotireoidismo Cardiomiopatia dilatada Hipertensão pulmonar secundária Hipertensão pulmonar primária Outra cardiomiopatia Insuficiência cardíaca Doença da valva mitral não reimática Fibrilação atrial Angina estável Hipertensão Outra doença pulmonar intersticial com fibrose DPOC (Grupo de doenças pulmonares) Parada respiratória Derrame pleural Sinusite crônica Anemia por deficiência de ferro (ou ferropriva) Trombocitopenia secundária ou outra Anemia por deficiência de vitamina B12 Outras anemias Trombocitopenia primária ou idiopática Trombofilia Agranulocitose Mieloma múltiplo e neoplasias malignas de células plasmáticas Malignidade primária da próstata Gamopatia monoclonal de significado comprometido Linfoma não-Hodgkin Leucemia Malignidade óssea secundária Malignidade secundária da mama Doença de Sjögren Gota Osteoporose Osteoartrite Síndrome do túnel carpal Menorragia e polimemorreia Doença renal em estágio final Doença renal crônica Lesão renal aguda Hiperplasia da próstata Sangramento pós-menopausa Demência Transtornos de ansiedade Febre reumática Infecções do trato respiratório inferior Infecções do trato urinário Outros organismos infecciosos ou não especificados Infecções do sistema digestivo Doença bacteriana Complicações oftálmicas da diabetes Cataratas Doença celíaca Hipotensão portal Fibrose hepática, esclerose e cirrose Insuficiência hepática Fígado gordo Gastrite e duodenite Complicações neurológicas do diabetes Doença do neurônio motor Neuroprótese periférica Leiomioma do útero Neoplasia benigna do estômago e duodeno Neoplasia benigna do cólon, reto, ânus e canal anal Psoríase

Atualmente, segundo Claudia Langenberg, diretora do Instituto de Pesquisa Universitária de Assistência Médica de Precisão (PHURI) da Universidade Queen Mary de Londres e uma das pesquisadoras envolvidas no estudo, o próximo passo é desenvolver testes eficazes que possam medir proteínas relevantes para doenças de acordo com padrões clínicos com métodos acessíveis.