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Agência antimonopólio dos EUA investiga preços "dinâmicos" geridos por IA

Os estudos da agência são realizados com o objetivo de entender melhor um setor

Agência antimonopólio dos EUA investiga preços "dinâmicos" geridos por IA - Freepik

A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) anunciou, nesta terça-feira (23), uma investigação sobre empresas que utilizam inteligência artificial (IA) e dados pessoais para ajudar os varejistas a definir preços, o que pode afetar a livre concorrência.

Os chamados preços "de vigilância" ou "dinâmicos" costumam ser muito impopulares entre os clientes, que acusam as empresas de aproveitar situações de maior demanda para aumentar as tarifas, algo semelhante ao que faz a Uber com seu aumento de preços para viagens de carro.

A presidente da FTC, Lina M. Khan, disse que a investigação pretende "lançar luz sobre esse obscuro ecossistema de intermediários na definição de preços" e determinar se as empresas estão "explorando esse vasto acervo de informações pessoais para cobrar preços mais altos das pessoas".

A agência comunicou que havia emitido ordens a oito empresas, entre elas Mastercard, JPMorgan Chase e McKinsey, solicitando saber como utilizam dados pessoais como informações financeiras, localização e histórico de navegação para determinar os preços.

Os estudos da agência são realizados com o objetivo de entender melhor um setor e, em última instância, podem servir de base para futuras ações da FTC, incluindo uma possível aplicação da lei.

Uma publicação no blog da FTC destacava informes recentes da mídia que indicavam que um número crescente de mercearias e varejistas nos Estados Unidos "pode estar utilizando algoritmos para definir preços específicos".

Segundo a FTC, eles poderiam estar cobrando injustamente preços mais altos de determinados segmentos da população, como mulheres ou consumidores que vivem em áreas rurais.

"Os avanços no aprendizado de máquinas tornam mais barato para esses sistemas coletar e processar grandes volumes de dados pessoais", destacou a FTC.

A investigação se segue a outros trabalhos da FTC sobre intermediários de dados e plataformas digitais de saúde, refletindo o interesse da agência em abordar as preocupações sobre privacidade em um mercado cada vez mais on-line.