Forças de segurança do Equador recuperam casas tomadas por narcotraficantes
Homens fortemente armados entravam nas residências pedindo que os ocupantes provassem que eram os proprietários dos imóveis
Forças de segurança do Equador recuperaram em uma zona estratégica para a saída de drogas cerca de 70 casas tomadas por grupos criminosos, uma nova forma de extorsão aplicada no país, informou a polícia nesta terça-feira (23).
A AFP acompanhou durante a madrugada uma das operações para expulsar narcotraficantes de casas ocupadas na localidade de Durán, a 10 km de Guayaquil.
Homens fortemente armados entravam nas residências pedindo que os ocupantes provassem que eram os proprietários dos imóveis ou dos veículos estacionados em frente a eles.
Em alguns lugares, crianças acordavam assustadas com as batidas nas portas e a presença de policiais e soldados.
"Até a presente data, 70 casas foram entregues aos seus proprietários, residências que foram ocupadas violentamente por esses Grupos de Delinquência Organizada (GDOs)", informou em entrevista coletiva o subcomandante da polícia Fausto Buenaño.
As máfias extorquem as famílias sob a ameaça de expulsá-las de suas casas. Os criminosos usam os imóveis como esconderijo, para onde levam reféns e ocultam armas e drogas, segundo moradores e autoridades.
A área é um ponto estratégico de saída de cocaína para o Pacífico. Desde a semana passada, as forças policiais e militares concentraram sua ofensiva em Durán, que registrou 450 homicídios em 2023, o que a posiciona como segunda cidade com mais mortes violentas, atrás de Guayaquil (2.320).
Houve cinco assassinatos na cidade, de mais de 300 mil habitantes, entre 15 e 21 de julho, uma redução em relação à mesma semana do ano passado, quando foram registrados 25.
"Já se observa nos fins de semana em Durán as pessoas saindo para se divertir, saindo com mais segurança", disse Buenaño.
O presidente Daniel Noboa alertou que as máfias que atuam em Durán estão "com as horas contadas". Em sua guerra contra o narcotráfico, ele mobilizou militares nas áreas mais conflituosas do país, incluindo a província de Manabí.