Saúde

Futuras pandemias: EUA e Alemanha vão destinar US$ 721 milhões para fundo de combate às crises

Recursos será direcionados para prevenção, preparação e resposta à disseminação de doenças infecciosas com foco em países de baixa e média renda

Profissional da saúde prepara dose da vacina Covid-19 para ser aplicada em Los Angeles, Califórnia, EUA - Frederic J. Brown/AFP

Os Estados Unidos prometeram destinar até US$ 667 milhões, o equivalente a cerca de R$ 3,7 bilhões na cotação atual, para o Fundo de Combate à Pandemia, um financiamento do Banco Mundial em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) que investe na prevenção, preparação e resposta a crises sanitárias com foco em países de baixa e média renda.

O anúncio foi realizado durante um evento do Fundo no Rio de Janeiro, que aconteceu nesta quarta-feira pela manhã em paralelo à reunião de representantes dos ministérios da Economia e presidentes dos Bancos Centrais do G20, grupo das 19 grandes economias globais mais a União Europeia e a União Africana.

Na ocasião, o Fundo lançou uma nova rodada de investimentos 2025-2027, que busca angariar ao menos US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,2 bilhões) em novos recursos.

— O presidente (dos EUA) (Joe) Biden e eu acreditamos que um Fundo para Pandemias com todos os recursos nos permitirá prevenir, preparar e responder melhor às pandemias, protegendo os americanos e as pessoas do mundo todo dos enormes custos humanos e econômicos. É por isso que estou pedindo a todos os doadores atuais que dobrem suas doações iniciais e que novos doadores façam doações para que possamos atingir nossa meta de US$ 2 bilhões — disse a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.

No evento, a Alemanha também se comprometeu a direcionar US$ 54 milhões (cerca de R$ 303 milhões) para o Fundo.

Juntos, os recursos de ambos os países chegam a US$ 721 milhões ( R$ 4 bilhões).

— O Fundo Pandêmico é fundamental para alcançar uma melhor preparação global para surtos de doenças infecciosas. A Alemanha aumenta significativamente sua contribuição e incentiva todos os parceiros do G20 a se juntarem a nós no fortalecimento do Fundo — afirmou Svenja Schulze, ministra de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha.

Segundo informações do Banco Mundial, hoje os principais doadores do Fundo são a Comissão Europeia seguida por Estados Unidos e Alemanha.

Estabelecido em novembro de 2022, o Fundo já arrecadou US$ 1.257 milhão ao todo em investimentos (cerca de R$ 7 bilhões).

— O Fundo Pandêmico está fazendo investimentos essenciais para fortalecer a capacidade de prevenção, preparação e resposta a surtos de doenças. É por isso que estamos trabalhando com urgência para levantar pelo menos US$ 2 bilhões em novos recursos para os próximos dois anos. O Fundo para Pandemias pode usar isso para catalisar recursos adicionais para preencher lacunas críticas em vigilância, testes, força de trabalho e capacidade de surto — diz Ajay Banga, presidente do Banco Mundial.

Segundo o Fundo, haverá uma nova reunião de parceiros, como representantes dos Ministérios da Economia e de Desenvolvimento dos países do G20, representantes de bancos multilaterais de desenvolvimento e de agências das Nações Unidas, para firmar compromissos em 31 de outubro deste ano, organizado pelo Brasil sob sua presidência do G20.

— Todos nós temos interesse em prevenir, detectar e gerenciar emergências de saúde. Essa é a missão do Fundo para Pandemias. Para manter o ritmo, o Fundo Pandêmico precisa de um mínimo de US$ 2 bilhões em novos recursos para os próximos dois anos - uma pequena fração do custo global de resposta à COVID-19. Enquanto trabalhamos em direção ao evento de doação em 31 de outubro, pedimos a todos os doadores existentes, bem como aos novos financiadores, que ajudem a garantir um Fundo Pandêmico com recursos adequados — afirmou Priya Basu, diretora executiva do Fundo Pandêmico.