EUA

Biden esclarecerá as dúvidas dos americanos sobre desistência da corrida eleitoral

Kamala substituiu Biden na corrida presidencial a menos de quatro meses das eleições

O presidente dos EUA, Joe Biden - Kent Nishimura/AFP

Desistiu da sua candidatura por que é muito velho? Por que está convencido de que não pode derrotar Donald Trump? O presidente Joe Biden explicará aos americanos os motivos que o levaram a abandonar a corrida pela reeleição em um discurso solene na noite desta quarta-feira (24).

O pronunciamento será em horário nobre: às 20h locais (21h no horário de Brasília), no Salão Oval da Casa Branca, depois de terminar quase uma semana de confinamento em sua casa de praia para se recuperar da covid-19.

O democrata falará do trabalho realizado e do que ainda vai fazer "nos próximos seis meses" que lhe restam de mandato, adiantou nesta quarta a vice-presidente Kamala Harris durante um comício em Indianápolis, no centro do país.

Acima de tudo se espera que Biden, de 81 anos, explique por que no domingo decidiu jogar a toalha em uma carta publicada na rede social X, mesmo tendo prometido chegar ao fim da corrida presidencial.

Sua saúde está na mente de todos. Na verdade, o seu partido o pressionou a se afastar justamente por causa das dúvidas sobre a sua condição física e aptidão mental desde o seu desempenho desastroso em um debate contra o candidato republicano Donald Trump.

Kamala em Indiana 
Kamala substituiu Biden na corrida presidencial a menos de quatro meses das eleições.

A vice-presidente expôs em Indianápolis sua "visão de um futuro", no qual "cada pessoa tenha a oportunidade não apenas de sobreviver, mas de prosperar, um futuro de justiça social, justiça na saúde, justiça econômica... Não para alguns, mas para todos".

"Acredito que estamos diante de uma escolha entre duas visões diferentes de nossa nação, uma focada no futuro e outra no passado. E com o apoio de vocês, estou lutando pelo futuro de nossa nação", afirmou a ex-senadora e ex-procuradora.

Na terça-feira, durante um comício em Wisconsin (norte), Kamala também enfatizou os diversos casos judiciais nos quais Donald Trump está envolvido e representou o papel que assumirá na campanha: o de uma ex-procuradora contra um criminoso, destacando a condenação criminal que o candidato republicano sofreu em maio.

Apoiada por um grande número de personalidades e congressistas democratas, a vice-presidente tem praticamente garantida a nomeação na convenção de seu partido, em agosto, e se tornará oficialmente a candidata democrata para as eleições presidenciais de 5 de novembro.

Trump segue mobilizado 
Seu adversário republicano continua percorrendo o país para capitalizar o sucesso na convenção do seu partido em Milwaukee, que o consagrou oficialmente como candidato.

Na noite desta quarta-feira ele realizará um evento de campanha na Carolina do Norte e na sexta-feira discursará diante de uma associação juvenil ultraconservadora na Flórida.

O septuagenário voará então para Minnesota, estado da região dos Grandes Lagos, para um evento com seu companheiro de chapa J.D. Vance.

Durante quatro dias, Donald Trump teve o partido sob seu comando para sua terceira candidatura à Casa Branca.

Mas o ex-presidente agora vê-se forçado a repensar sua estratégia eleitoral, muito focada em se estabelecer como um líder enérgico contra um Joe Biden em declínio.

O candidato republicano já se comprometeu a participar de um debate com Kamala Harris, de 59 anos, que considera uma rival "mais fácil" de derrotar do que Biden.

As pesquisas publicadas desde que o vice-presidente entrou na disputa têm sido bastante díspares, com os dois candidatos lado a lado.

A última, publicada na terça-feira pela Reuters/Ipsos, porém, dá uma ligeira vantagem à democrata (44% das intenções de voto contra 42%).