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Presidente panamenho diz que crise migratória depende de eleições na Venezuela

No domingo serão realizadas as eleições venezuelanas nas quais o presidente socialista, Nicolás Maduro, busca a reeleição

José Raúl Mulino, novo presidente do Panamá - Marvin Recinos/AFP

O fluxo de migrantes que atravessam a selva de Darién a caminho dos Estados Unidos aumentará ou diminuirá dependendo do resultado das eleições na Venezuela, disse nesta quinta-feira (25) o presidente do Panamá, José Raúl Mulino.

Dois terços dos milhares de migrantes que entram no Panamá todos os meses através de Darién, a inóspita fronteira com a Colômbia, são venezuelanos.

"Se a situação melhorar [na Venezuela], pode-se deduzir que muito menos pessoas vão querer se aventurar nesse risco de trânsito pela selva", disse Mulino em coletiva de imprensa.

Mas "se a situação política piorar, que é outro cenário, vamos nos preparar porque acredito que vai aumentar", acrescentou Mulino, que durante a sua campanha eleitoral prometeu "fechar" Darién.

No domingo serão realizadas as eleições venezuelanas nas quais o presidente socialista, Nicolás Maduro, busca a reeleição contra uma oposição que tenta pôr fim a 25 anos consecutivos de governos chavistas.

Seu principal rival é Edmundo González Urrutia, que conta com o apoio da líder da oposição María Corina Machado, favorita nas pesquisas, mas inabilitada por um órgão oficial para ocupar cargos públicos.

"Estamos a três dias da solução da Venezuela ou do agravamento da situação política na Venezuela. Defendo uma solução democrática, que respeite a vontade popular", disse o presidente panamenho de direita.

Para Mulino, se a situação piorar na Venezuela, "no muito curto prazo isso aumentará [a migração], porque seria uma das últimas oportunidades da Venezuela para se abrir a um mundo democrático e pacífico".

"Lembre-se que a Venezuela é responsável por 66% dos migrantes, ou seja, esse país contribui com uma importante cota de pessoas para o trânsito" através de Darién, destacou o presidente.