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J. Borges: herdeiro de mestre da xilogravura faz post após morte do pai

Ícone da cultura popular brasileira e de Pernambuco, suas obras fazem parte do legado da literatura de cordel

Herdeiro de J. Borges, mestre da xilogravura compartilha luto com os seguidores das redes sociais - Instagram/Reprodução

Pablo Borges, filho de José Francisco Borges, mundialmente conhecido como J.Borges, é um dos herdeiros de sangue e do trabalho consolidado pelo patriarca, que morreu nesta sexta-feira, aos 88 anos. Nas redes sociais, ele compartilhou uma imagem de "luto", seguido da foto do pai.

"Que as boas lembranças se façam presente! Em memória ao nosso mestre J.Borges", destaca a postagem.

 

Ícone da cultura popular brasileira pelo seu trabalho como xilogravurista, o artista deixa um legado, especialmente, na arte pernambucana e nordestina. A informação da morte foi confirmada pela família, que ainda não divulgou mais detalhes.

Aos 88 anos, José Francisco Borges já foi lavrador, marceneiro, vendedor de colher de pau, criador de cordel, apontador de jogo do bicho. Mas foi como J. Borges que o pernambucano de Bezerros, a cerca de cem quilômetros do Recife, ganhou fama no Brasil e no mundo como uma das principais referências da xilogravura.

Ao longo de sua carreira, J. Borges produziu 314 folhetos de cordel e inúmeras xilogravuras expostas em museus renomados, como o Louvre e o Museu de Arte Moderna de Nova York. Ele também ilustrou livros de autores famosos e foi o único artista brasileiro convidado a participar do Calendário da ONU em 2002. J. Borges também foi reconhecido com diversos prêmios, incluindo a Comenda Ordem do Mérito Cultural e o Prêmio Arte na Escola Cidadã.

Exposição
Uma exposição no Museu do Pontal, na Barra, Zona Oeste do Rio de Janeiro, celebra a trajetória do artista pernambucano J. Borges. Com 200 obras, "J. Borges — O sol do sertão” é a maior retrospectiva já feita em torno da obra do artesão.

Selecionados por Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque, diretores da instituição, os trabalhos dão conta das seis décadas de produção de J. Borges. A mostra foi inaugurada em junho deste ano.