Filha de Elon Musk recebe ataques transfóbicos do pai e se defende
Vivian Jenna Wilson diz que nunca teve qualquer referência paterna e que era 'assediada' pelo bilionário, na infância, devido à feminilidade
Filha de Elon Musk, a jovem Vivian Jenna Wilson, de 20 anos — fruto do antigo relacionamento do empresário com a escritora canadense Justine Musk —, se manifestou acerca dos ataques transfóbicos que recebeu do próprio pai, nesta semana, após ele conceder uma entrevista ao jornal americano "Daily Wire".
Vivian, que é uma mulher trans (ela passou por uma cirurgia de redesignação de gênero há dois anos, quando alterou seu nome de batismo de Xavier para Vivian), afirmou que fará o possível, daqui em diante, para "desmascarar" o pai, a quem ela acusa por propagar fatos falsos.
Elon Musk afirma que foi enganado pela filha ao assinar os documentos que autorizavam que ela recebesse tratamentos hormonais, aos 16 anos, ressaltando que não a reconhece mais como sua herdeira. "Meu filho, Xavier, está morto. Morto pelo vírus da mente 'woke'", afirmou, fazendo referência a um termo usado de forma pejorativa pela extrema-direita, nos EUA, para ironizar ideais progressistas.
Vivian rebateu as colocações do pai, frisando que ele sempre esteve pouquíssimo presente e interessado em sua vida. "Há muitas coisas que preciso desmascarar (sobre ele), e irei fazer isso, não se preocupem", ela afirmou, em entrevista à emissora americana NBC News. "Acho que meu pai supôs que eu não diria nada e deixaria isso passar sem contestação, o que eu não vou fazer, porque se ele vai mentir sobre mim, tipo, descaradamente para uma audiência de milhões de pessoas, eu não vou deixar isso passar", enfatizou a jovem.
Vivian também usou o Threads — rede social criada por Mark Zuckerberg como principal concorrente do X (antigo Twitter), que pertence a Elon Musk —, para falar sobre o pai. Ela negou que tenha sido diagnosticada com autismo na infância, como alegou o empresário.
"Eu nem sei de onde ele tirou isso. Meu melhor palpite é que ele frequentou a escola de estereótipos gays de Milo Yiannopoulis (figura de movimentos ultraconversadores no Reino Unido), apenas escolheu alguns aleatoriamente e disse, 'esse bom o suficiente', em uma última tentativa de acumular pontos de simpatia quando ele está obviamente errado, mesmo em sua própria história", destacou ela.
Vivian reforçou, no post em questão, que tudo o que o pai fala sobre ela é pura invenção, já que o empresário jamais esteve presente em sua criação. "Essa coisa toda é completamente inventada e há uma razão para isso. Ele não sabe como eu era quando criança porque simplesmente não estava lá. No pouco tempo que esteve ao meu lado, ele me assediava implacavelmente por minha feminilidade e estranheza, como ele dizia", relembrou a jovem.
Ela continuou: “Obviamente, meu pai não pode dizer nada do que ele falou. Fui reduzida a um pequeno estereótipo que pode ser usado no critério dele. Acho que isso diz muito sobre como ele vê as pessoas queer e crianças em geral", finalizou ela.