Venezuela

Mais de 130 detidos na Venezuela ligados à campanha da oposição, segundo ONG

Comerciantes e empresários também estão entre os presos. Autoridades fecharam estabelecimentos que prestavam serviços a opositores

O candidato presidencial da oposição venezuelana Edmundo González Urrutia (E) e a líder da oposição María Corina Machado acenam aos apoiadores durante comício de encerramento de campanha em Caracas - Federico Parra/AFP

As autoridades venezuelanas detiveram 135 pessoas ligadas à campanha do candidato da oposição Edmundo González Urrutia, principal rival do presidente Nicolás Maduro nas eleições de domingo, informou nesta sexta-feira a ONG Fórum Penal, dedicada à defesa de presos políticos.

— Desde janeiro até agora, houve 149 prisões arbitrárias por motivos políticos (...) 135 estão diretamente ligadas ao que foi a turnê nacional e à própria campanha de María Corina Machado com Edmundo González Urrutia — disse à AFP seu diretor, Gonzalo Himiob.

— A maioria deles já foi libertada, alguns deles sem sequer terem sido processados, mas 47 permanecem privados de liberdade neste momento.

María Corina, representada nas urnas eleitorais por González Urrutia após sua inabilitação política, denunciou uma escalada da repressão contra a campanha da oposição, sua equipe e seus colaboradores de confiança, seis dos quais estão refugiados na embaixada argentina.

Comerciantes e empresários também estão entre os presos.

A campanha eleitoral da Venezuela, que começou em 4 de julho e terminou nesta quinta-feira, foi marcada por relatos de repressão e detenções de opositores, a quem o governo acusa de planejar ignorar os resultados e procurar a "violência" para derrubá-lo.

Até o momento, o Fórum Penal conta 305 "prisioneiros políticos" na Venezuela, dos quais 30 são mulheres.