AMÉRICA DO SUL

Direita espanhola denuncia expulsão de parlamentares que viajaram à Venezuela para eleições

Grupo foi retido no aeroporto de Caracas e logo depois expulso do país

Presidente venezuelano, Nicolás Maduro - Federico Parra / AFP

A direita espanhola denunciou, na noite desta sexta-feira (26), que uma delegação de parlamentares e membros do Parlamento Europeu enviada à Venezuela para observar as eleições presidenciais do próximo domingo (28) foi retida no aeroporto de Caracas, capital venezuelana, e logo depois expulsa do país.

"Acabaram de me informar que a delegação do Partido Popular [PP], formada por 10 deputados, senadores e eurodeputados, está retida no aeroporto de Caracas pelo regime de [Nicolás] Maduro", escreveu na rede social X Alberto Núñez Feijóo, líder do partido que é o principal de oposição na Espanha.

Pouco depois, o porta-voz parlamentar do PP, Miguel Tellado, um dos membros da delegação, relatou em um vídeo no X, no qual ele é visto dentro de um avião, que os parlamentares estavam sendo expulsos da Venezuela.

"Eles estão nos expulsando do país, não estão permitindo nosso acesso à Venezuela. Infelizmente, a polícia de Maduro é implacável", disse Tellado.

Fontes do Ministério de Relações Exteriores disseram à AFP, no entanto, que o Partido Popular já havia sido avisado de que as autoridades venezuelanas haviam negado seu pedido para observar as eleições.

O PP foi notificado da "inadmissão desta solicitação pela Venezuela", apesar de terem feito a viagem a Caracas, disseram as fontes.

Os parlamentares "foram atendidos pelo cônsul-geral da Espanha em Caracas, que os aguardava no aeroporto", acrescentaram as fontes.

Tellado disse que a delegação do partido conservador viajou à Venezuela a convite do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, e de María Corina Machado, a líder que ele representa e que está inabilitada para se candidatar.

"O chavismo não quer testemunhas. Não quer que a comunidade internacional tenha olhos e ouvidos na Venezuela durante este fim de semana, e é por isso que eles impediram a entrada de delegações de diferentes países", acrescentou Tellado.

Após anos de crise, a Venezuela vai às urnas no próximo domingo (28) para eleger um presidente em uma atmosfera de tensão e incerteza.

Nicolás Maduro está buscando um terceiro mandato, que o projetaria para 18 anos no poder, mas a maioria das pesquisas de intenção de voto aponta para González como favorito.