São Paulo

Sem Datena, Tabata Amaral oficializa candidatura em convenção do PSB com vaga de vice em aberto

"O nome será divulgado no momento certo", diz a deputada

Deputada Federal Tabata Amaral - Cleia Viana/Câmara dos Deputados

A deputada federal Tabata Amaral (PSB) será oficializada candidata à prefeitura de São Paulo neste sábado, na convenção de seu partido, mas não irá anunciar o nome de um vice para a chapa.

O evento, marcado para começar às 9h na escola de samba Rosas de Ouro, na Zona Norte da capital paulista, terá participação de caciques do PSB e acontece quase simultaneamente à convenção do PSDB, onde José Luiz Datena também será anunciado concorrente à prefeitura.

— O vice não será anunciado na convenção. Esse nome será divulgado no momento certo. Neste sábado vamos celebrar o partido e a minha candidatura. Temos um plano para diferentes cenários. Mas estamos focados em fazer uma festa bonita neste sábado — diz a deputada federal ao Globo.

Quando se tornou pré-candidata, em janeiro, Tabata fechou acordo para o próprio Datena ser o vice.

O apresentador estava no PSB, mas, em abril, migrou para o PSDB com a expectativa de que isso sacramentasse uma união entre o partido da deputada e os tucanos.

O caminho escolhido pelo PSDB, no entanto, foi lançar o jornalista como candidato — naquilo que foi entendido como uma traição por parte de Tabata.

Em sabatina na semana passada, Tabata disse que aguardaria até este sábado a decisão dos antigos aliados antes de definir um vice.

A direção nacional da federação PSDB-Cidadania, por sua vez, antecipou a decisão na sexta-feira (26) e aprovou o nome de Datena à prefeitura antes mesmo da convenção de hoje.

A candidatura ainda precisa ser registrada na Justiça Eleitoral.

Com isso, a vaga de vice de Tabata segue em aberto. A expectativa é que a deputada prefira uma chapa pura, com nomes do próprio PSB. Ela já citou a professora Lúcia França, esposa do ministro do Empreendedorismo e presidente nacional do partido, Márcio França, e também Lu Alckmin, mulher do vice-presidente Geraldo Alckmin, como alternativas.

Lu Alckmin disse em entrevista ao O GLOBO, no entanto, que "nunca seria candidata".

Com a saída de campo do PSDB, o partido de Tabata deve também retirar o apoio aos tucanos em disputas nas cidades de Campo Grande (MS), Florianópolis (SC) e Vitória (ES).

Na convenção do PSB estarão presentes Geraldo Alckmin, Márcio França, Lúcia França, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, o prefeito de Recife e namorado de Tabata, João Campos, e o deputado federal Pedro Campos.

A partir das 10h, o PSDB realiza a convenção da sigla na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Segundo o presidente nacional do partido, Marconi Perillo, no evento Datena vai anunciar quem será o candidato a vice na chapa.

A trajetória de Tabata
Tabata, de 30 anos, foi eleita deputada federal por São Paulo pela primeira vez em 2018, com mais de 260 mil votos.

Na época, era filiada ao PDT, partido que deixou em 2021 após atritos internos iniciados em 2019, quando, contrariando a orientação da sigla, Tabata votou pela aprovação da reforma da Previdência. Ela deixou o partido sem perder o mandato, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Em 2021, entrou no PSB.

Foi reeleita deputada federal em 2022, com 337 mil votos, superando em 78 mil votos a contagem do primeiro pleito.

Tabata cresceu na Vila Missionária, na periferia da Zona Sul de São Paulo. Na adolescência foi medalhista em olimpíadas de química, astronomia, robótica e linguística e representou o país em competições internacionais, quando era bolsista do colégio particular Etapa.

Filha de um cobrador de ônibus e de uma vendedora de flores, Tabata foi aprovada em diversas universidades americanas como Yale, Columbia, Princeton e na USP e acabou estudando na Universidade de Harvard, onde se formou em ciência política.

Em 2017, entrou para a política como aluna do RenovaBR, uma escola de formação de políticos idealizada por Eduardo Mufarej que teve diversos candidatos de primeira viagem nas eleições de 2018, como Tabata, Felipe Rigoni, atualmente secretário do Meio Ambiente no Espírito Santo, Joênia Wapichana, presidente da Funai e o ex-deputado Vinicius Poit (Novo).