Minas Gerais

Zema acena para Bolsonaro e diz que inelegibilidade pode ser revista: "Tivemos descondenados"

Em entrevista à CNN, governador de Minas Gerais também se colocou à disposição para concorrer as eleições presidenciais de 2026

Bolsonaro ao lado de Romeu Zema em Belo Horizonte - Reprodução/Twitter Romeu Zema

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez um aceno para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante entrevista à CNN nesta segunda-feira. Segundo o gestor mineiro, a inelegibilidade do ex-mandatário, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em duas ações, pode ser revista, mudando assim a situação política de Bolsonaro.

Durante a defesa de seu aliado, Zema ainda alfinetou o atual presidente Lula (PT) ao dizer que, no Brasil, já houve "descondenados", em referência às anulações das condenações do petista durante a operação Lava-Jato.

O Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a 13ª Vara Federal de Curitiba não havia competência para julgar o presidente e, caso o processo reiniciasse, ocorreria prescrição.

— Tudo muda… Aqui no Brasil alguém é condenado e ninguém esperava, alguém é ‘descondenado’ e ninguém esperava. Não é isso? Já tivemos tantos "descondenados" aqui, por que não ele? — questionou Zema.

Na mesma entrevista, o governador negou qualquer problema em sua relação com Lula, a qual considerou como boa.

De acordo com ele, os dois apenas não possuem propostas em comum.

Já sobre as eleições presidenciais de 2026, para a qual tenta se cacificar como opção viável para o campo da direita, Zema afirmou estar à disposição para disputar o Palácio do Planalto.

— Posso ser um apoiador, posso ser um candidato, o que eu quero é contribuir para um país melhor.

Aumento de 298% no salário
O governador de Minas Gerais voltou a defender o reajuste de 298% que concedeu ao seu próprio salário em maio do ano passado.

— Ninguém fala a verdade. Um secretário de Estado de saúde ou educação em Minas ganhava menos que um secretário municipal de uma cidade pequena. E eu comecei a perder secretários. Eles ficaram 4 anos como voluntários, que foi o que definimos, e no início da segunda gestão vamos fazer uma correção para o que é moral em todos os estados do Brasil — disse.

Em seguida, afirmou que seus secretários antes ganhavam jetons, que consistem em pagamentos extras em decorrência da participação em conselhos fiscais.

— No passado, os secretários de Minas tinham os jetons e ganhavam muito mais do que hoje. Eu sou um governo que preza pela transparência. Então, se está lá hoje que meu secretário ganha X, é porque ele ganha isso. Antes constava que ele ganhava um terço de X, mas tinha mais 10X por fora. Infelizmente, fazer o certo no Brasil custa caro.

Apesar da declaração de Zema, uma parte considerável de seus secretários ainda recebem jetons. A título de exemplo, segundo o portal da transparência do Governo de Minas, o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, recebeu R$ 39.091,21 de jetons em junho deste ano.