Colisões, quedas e riscos neurológicos: descubra quais são os esportes mais perigosos do mundo

Modalidades com alta incidência de impactos na cabeça estão associados a comprometimentos cerebrais e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer

Yesugen Oyuntsetseg, da Mongólia, leva um soco da colombiana Ingrit Lorena Valencia Victoria na luta preliminar feminina de boxe - Mohd Rasfan/AFP

Os esportes oferecem inúmeros benefícios, desde a redução do estresse e o aumento da autoestima até a melhoria da saúde do coração e dos ossos. No entanto, eles também podem representar sérios riscos para os participantes, incluindo lesões e, em casos extremos, morte. Mas quais são os esportes mais perigosos? E quais apresentam o maior risco de morte?

Nos Estados Unidos, os esportes e atividades recreativas mais frequentemente associados a lesões são exercícios, ciclismo e basquete, segundo o National Safety Council. A categoria "exercícios", no entanto, é abrangente e inclui lesões relacionadas a equipamentos de ginástica.

 

A brasileira Rebeca Andrade compete na trave de equilíbrio da qualificação feminina de ginástica artística durante os Jogos Olímpicos Paris 2024 Foto: Loic VENANCE / AFP

Em quarto lugar, aparece o futebol americano. De acordo com a Ohio State University (OSU), a modalidade registra o maior número de contusões por 1.000 horas de participação, seguido de perto pelo basquete. Ambos os esportes são considerados os mais propensos a lesões.

Concussões e os esportes de colisão
O risco de concussões e danos cerebrais subsequentes em jogadores de futebol americano tem sido amplamente destacado nos últimos anos em diversas pesquisas especializadas. Esportes de alto impacto e colisão, como o rúgbi, também apresentam riscos significativos. Conforme relatou Carolyn Emery, professora e presidente do Sport Injury Prevention Research Centre da University of Calgary, os esportes de colisão são os maiores responsáveis por concussões e lesões que afastam atletas das competições.

 

Rugby de sete entre Nova Zelândia e Canadá durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024 Foto: CARL DE SOUZA/AFP

Curiosamente, há uma maior taxa de concussões em esportes femininos do que masculinos. No Canadá, por exemplo, o rugby feminino apresenta a maior taxa de concussões no nível juvenil, seguido pelo hóquei no gelo e futebol. Uma maior tendência das meninas a relatar sintomas pode explicar essa discrepância.

Impactos neurológicos a longo prazo
Esportes com alta incidência de impactos na cabeça, como futebol, rúgbi e boxe, estão associados a comprometimentos neurológicos de longo prazo e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer.

 

Keno Marley garantiu vaga nas quartas de final do boxe em Paris-2024 Foto: MOHD RASFAN / AFP

Estudos indicam que até 20% dos boxeadores profissionais sofrem de lesões cerebrais traumáticas crônicas, como a encefalopatia traumática crônica (ETC), uma doença progressiva sem tratamento disponível.

Esportes equestres e riscos de lesão na cabeça
Porém, se engana quem pensa que apenas os esportes de colisão apresentam riscos significativos. Modalidades equestres, como corrida de cavalos, hipismo e polo, são a causa mais comum de lesão cerebral traumática relacionada a esportes em adultos nos EUA, de acordo com a OSU.

 

Rafael Losano foi o brasileiro com o melhor desempenho individual no Hipismo no primeiro dia Foto: Reprodução Instagram

Um estudo de 2024 no JAMA Network Open descobriu que andar a cavalo é a causa mais comum de concussão relacionada a esportes na Europa.

Esportes mais perigosos
O boxe também é um concorrente para o esporte mais mortal do mundo. Um estudo de 2010 encontrou cerca de 10 mortes por ano no boxe em todo o mundo, número que pode ser maior devido à manutenção de registros incompletos. A CNN relatou uma média de 13 mortes no boxe por ano, incluindo boxe amador e profissional. Além disso, cerca de dois jóqueis morrem e 60 ficam paralisados por causa de corridas de cavalos a cada ano.

O boxe também é um concorrente para o esporte mais mortal do mundo. Um estudo de 2010 encontrou cerca de 10 mortes por ano no boxe em todo o mundo, número, no entanto, pode ser maior devido à manutenção de registros incompletos. A CNN americana relatou uma média de 13 mortes no boxe por ano, incluindo boxe amador e profissional.

O National Center for Catastrophic Sport Injury Research documenta fatalidades no futebol americano em todos os níveis do jogo. Em 2023, três pessoas morreram de ferimentos traumáticos, além de 10 fatalidades médicas ou por esforço indireto, como paradas cardíacas repentinas e insolação.

A pesquisa destaca que nem todas as mortes relacionadas a esportes decorrem de colisões. Por exemplo, apenas dois atletas, um maratonista e um ciclista, já morreram durante competições nos Jogos Olímpicos, ambos por insolação. Atividades aquáticas também apresentam risco de afogamento, com uma média de 11 mortes por dia nos EUA, muitas vezes envolvendo crianças.

Estudos frequentemente apresentam fatalidades esportivas como números totais ao longo de vários anos ou por ano, em vez de taxas baseadas no número de participantes. Isso dificulta a comparação direta de fatalidades entre esportes como boxe e corrida de cavalos. No entanto, considerando a saúde animal, as corridas de cavalos são de longe o esporte mais mortal, com centenas de cavalos morrendo ou sendo sacrificados devido a doenças e ferimentos relacionados às corridas nos EUA a cada ano.