AMÉRICA

Eleição na Venezuela: Lula e Biden vão conversar por telefone sobre situação de Maduro

Os dois países ainda não reconheceram a vitória de Nicolás Maduro e cobram a divulgação de todas as atas de votação

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vão conversar na tarde desta terça-feira sobre o resultado das eleições da Venezuela.

Os dois países ainda não reconheceram a vitória de Nicolás Maduro e cobram a divulgação de todas as atas de votação.

Nesta segunda-feira (29), o Itamaraty orientou a embaixadora do Brasil na Venezuela, Gilvânia Maria de Oliveira, a não comparecer a proclamação de vitória de Nicolás Maduro. A instrução foi dada pelo chanceler Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores.

Mais cedo, o governo brasileiro afirmou, em nota, que o pleito ocorreu ontem com “caráter pacífico” no território, mas que “acompanha com atenção” a apuração dos votos. A postura está alinhada com a de outras lideranças internacionais, que exigiram transparência e não reconheceram imediatamente a reeleição do chavista.

Lula aguarda o retorno ao Brasil do assessor especial Celso Amorim para então comentar publicamente as eleições na Venezuela.

O presidente disse a pessoas próximas que quer falar pessoalmente com Amorim antes de opinar sobre o processo eleitoral venezuelano.

Amorim foi enviado por Lula a Caracas para acompanhar o pleito. Pela manhã, o assessor especial do presidente afirmou ao Globo que a falta de transparência "incomoda" e que esperava os "dados necessários" para se pronunciar sobre o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que apontou a vitória de Nicolás Maduro.

Amorim retorna ao Brasil nesta terça-feira e a previsão é que o encontro com Lula ocorra até amanhã.

No comunicado, o Itamaraty citou “o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”.

O órgão brasileiro disse aguardar a publicação pelo CNE de ‘dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.

Já o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, expressou a sua “séria preocupação” de que o resultado eleitoral anunciado na Venezuela não reflita a vontade do povo.

Pouco antes, Blinken havia pedido uma recontagem “justa e transparente” dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela.